Bradesco lucra R$ 21,564 bilhões e mira financiamentos em 2019

O Bradesco (BBDC4) divulgou nesta quinta-feira (31) o lucro líquido recorrente de R$ 21,564 bilhões no ano de 2018. Houve alta de 19,9% na comparação anual. O banco sinalizou que vai acelerar na concessão de financiamentos em 2019.

No quarto trimestre de 2018, o lucro líquido recorrente do Bradesco foi de R$ 5,83 bilhões. A alta ante o trimestre anterior foi de 1,4%.

lucro líquido recorrente desconsidera efeitos extraordinários.

Na contrapartida, o lucro líquido contábil, com ajustes não recorrentes da operação do banco, foi de:

  • R$ 5,08 bilhões no quarto trimestre, com alta de 1,4% ante o trimestre anterior;
  • R$ 19,085 bilhões no ano de 2018, com alta de 30,19% na comparação com 2017 (R$ 14,659 bilhões) ante o ano anterior.

A diferença entre o lucro recorrente e o contábil se dá, principalmente, por:

  • R$ 375 milhões em ágio da aquisição do HSBC;
  • R$ 514 milhões equivalente a um impairment de ativos não financeiros;
  • R$ 288 milhões de reversão de provisão complementar.

O lucro líquido recorrente do Bradesco, tanto anual quanto trimestral, superou as projeções dos analistas. Segundo a Bloomberg, a estimativa era de  R$ 21 bilhões.

Com o aumento de seu lucro, o Bradesco proveu rentabilidade de 19,7% aos acionistas no quarto trimestre. No acumulado do ano, o retorno saltou de 18,1% a 19%.

Confira abaixo o lucro líquido contábil dos trimestres anteriores:

  • 3º trimestre de 2018: R$ 5,009 bilhões
  • 2º trimestre de 2018: R$ 4,528 bilhões
  • 1º trimestre de 2018: R$ 4,466 bilhões

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Desempenho positivo

Em relatório, a instituição financeira destacou que as evoluções do lucro, tanto no comparativo trimestral como no anual, refletem o desempenho do resultado operacional.

Tal resultado foi impulsionado pela performance da margem financeira e as despesas com Provisões de Devedores Duvidosos (PDD).

O Bradesco mencionou ainda o “desempenho positivo” das receitas de prestação de serviços de:

  • seguros;
  • previdência;
  • e capitalização.

A cobrança de tarifas na conta corrente, e em outros serviços, rendeu R$ 32,4 bilhões ao Bradesco no ano passado. Isso representa um aumenta de 5,2% em relação a 2017.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) atingiu 19,7% no último trimestre.

Carteira de crédito

Por sua vez, a carteira de crédito expandida do Bradesco acumulou R$ 531,6 bilhões em dezembro. A ascensão foi de 1,6% na comparação trimestral, e de 7,8% ante 2017.

O avanço da carteira de crédito foi impulsionado pelas linhas para pessoas físicas, que cresceram 11% no ano.

O resultado ficou acima da estimativa feita pelo banco no início do ano, de um aumento de 3% a 7% na carteira de crédito.

Para 2019, o Bradesco tem a intenção de otimizar a concessão de financiamentos. A projeção é que o crédito tenha uma expansão entre 9% e 13%.

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Inadimplência

O Bradesco conseguiu manter a tendência de redução da inadimplência em seu balanço. Um resultado obtido mesmo tendo uma rentabilidade menor que o concorrente Santander,

O índice de inadimplência acima de 90 dias foi de 3,5%, com redução de 0,1% ante o terceiro trimestre, e 1,2% na comparação anual.

O mesmo não ocorreu com o Santander. No caso do banco espanhol, o índice de inadimplência superior a 90 dias foi de 3,1%. No trimestre anterior, o índice havia alcançado 2,9%.

A queda nas despesas de PDD foi crucial para o aprimoramento do lucro do Bradesco. A retração foi de 29,6% no ano passado, para R$ 14,5 bilhões. No trimestre, porém, houve uma alta de 4,9%.

Contudo, isso não deve ser uma tendência. O Bradesco espera que em 2019  as PDDs fiquem no mesmo nível do ano passado.

Amanda Gushiken

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