Bradesco corta previsão do PIB de 2019 de 1,9% para 1,1%

O Bradesco cortou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 de 1,9% para 1,1%. A redução na projeção ocorreu diante das recorrentes frustrações com o crescimento econômico do Brasil.

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“Reconhecemos que o ritmo de expansão no começo de ano ficou aquém do esperado”, informaram os economistas do Bradesco em um relatório divulgado nesta sexta-feira (10). Segundo os analistas, os indicadores recentes de atividade sugerem uma queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre e uma transição fraca para o segundo trimestre.

Desemprego ainda alto

O Bradesco também revisou suas estimativas para o mercado de trabalho por causa da fraqueza da atividade. Segundo os economistas do banco, os dados de emprego formal voltaram a registrar fechamento líquido de vagas em março. A média dos últimos três meses caiu para 17 mil postos de trabalho criados.

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“Para manter a taxa de desemprego estável, são necessárias 50 mil vagas
formais abertas por mês”, informou o banco. Por isso, a previsão da taxa de
desemprego média para o ano foi elevada para 12,7%. Um valor superior ao 12,3% registrado em 2018.

A ociosidade no mercado de trabalho teve como resultado uma contenção dos aumentos reais de rendimento. Por isso, o Bradesco prevê que a massa salarial cresça apenas 2,5%, limitando o ritmo de expansão do consumo das famílias, em particular as menos sensíveis ao crédito.

“Esses elementos têm reforçado nossa percepção de que o crescimento do ano deve ser mais baixo do que anteriormente esperado, não tendo sido comprometido apenas por deterioração das condições financeiras no final do ano passado”, informaram os economistas do banco.

Reforma da previdência no segundo semestre

Para o Bradesco, a reforma da Previdência deveria ser aprovada no segundo semestre deste ano. Essa medida devera dar mais fôlego para o real, que voltaria a se alinhar as outras moedas dos países emergentes, chegando a uma cotação com o dólar de R$ 3,80.

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Por sua vez, a inflação continua sendo afetada por choques de oferta. Entretanto, os núcleos permanecem em patamares confortáveis. Segundo os economistas do Bradesco, entre as pressões estão os alimentos in natura, feijão, petróleo, minério de ferro e os efeitos da febre suína na Ásia.

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“Em nossas estimativas, as atuais cotações internacionais já estão precificando uma queda bastante relevante da produção chinesa (cerca de 30%). Se o choque for dessa magnitude, o impacto para o IPCA deste ano seria de 0,4 ponto percentual”, indicam os economistas.

O Bradesco revisou suas estimativa para o IPCA em 2019 de 3,8% para 4,0%, mantendo 3,9% para 2020. “Com crescimento moderado e inflação subjacente comportada, acreditamos que há espaço para cortes de juros no segundo semestre, levando a Selic a 5,75% em dezembro”, concluíram os economistas do banco.

Carlo Cauti

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