Bolsonaro cobrará BNDES por clareza sobre possíveis calotes em empréstimos

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta (5) que vai cobrar de Joaquim Levy, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), maiores detalhes sobre empréstimos feitos pela instituição no passado. A declaração foi dada em café da manhã feito com jornalistas no Palácio do Planalto.

“Vou cobrar resposta do presidente do BNDES do que foi acertado: total transparência nos contratos do banco”, afirmou Bolsonaro. “O que foi feito no passado tem que tornar-se público”.

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O valor das dívidas que o banco tem com Venezuela, Cuba e Moçambique é de R$ 2,3 bilhões, acumulados principalmente durante as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Caso os países não cumpram o pagamento dos empréstimos, o governo brasileiro terá de cobrir o rombo.

O próprio Joaquim Levy comentou sobre o assunto no mês passado, durante entrevista à GloboNews. Quando questionado sobre os projetos financiados no passado pelo BNDES, ele disse que eles “continuam causando bastante desconforto”.

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“Enquanto projetos, muitas vezes não alcançaram o objetivo”, declarou Levy. “Em alguns casos, são aeroportos completamente vazios, que o próprio país que recebeu a obra não está contente. O aeroporto de Moçambique eles chamam de elefante branco. [O porto de] Mariel [em Cuba], também. O problema, do nosso ponto de vista, é a questão de que [esses projetos] hoje são inadimplentes. Há um prejuízo para a economia”.

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O ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff também falou dos antigos métodos de aportes do BNDES. Segundo ele, o financiamento de grandes empresas por parte da instituição foi uma política com grandes questionamentos. “[Agora] Nós temos que rapidamente nos mobilizarmos para a parte de infraestrutura. A gente vai ter um papel muito importante no relançamento das atividades econômicas assim que a gente vencer a questão da [reforma da] Previdência”, disse.

Guilherme Caetano

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