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Bolsonaro considera banir Huawei de rede 5G do Brasil, diz agência

O presidente da República, Jair Bolsonaro, considera banir a gigante das telecomunicações chinesa Huawei Technologies de fornecer componentes para a futura rede 5G do Brasil. As informações são da agência “Bloomberg”, citando um membro sênior do gabinete presidencial.

De acordo com a publicação, o mandatário vê a China como um ameaça global à privacidade de dados e soberania nacional. A decisão, no entanto, ainda não foi tomada e deve contemplar o ponto de vista de outros membros do gabinete. Não obstante, de acordo com a agência, fica claro a desconfiança de Bolsonaro quanto à Huawei e ao maior parceiro comercial do País.

As autoridades brasileiras se agacham no fogo cruzado, entre as investidas de Washington e de Pequim para firmar suas respectivas influências sobre a rede 5G global. Ao contrário de outros países, porém, o Brasil se absteve de informar se manteria a companhia chinesa longe de sua rede de comunicação de última geração.

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Em recente entrevista, o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, afirmou que a decisão vai definir a relação mais ampla entre os dois países emergentes. “O que está em jogo é se um país pode estabelecer regras de mercado baseadas na abertura, imparcialidade e não discriminação para todas as companhias”, salientou o representante asiático.

Apesar disso, o membro do gabinete presidencial disse à agência que descarta a possibilidade de uma retaliação por parte da China, alegando que o o país depende das importações brasileiras. Além disso, há a percepção de que outras nações que baniram a Huawei não sofreram grandes prejuízos.

Decisão sobre Huawei é cabo de guerra geopolítico

A questão do sinal verde, amarelo ou vermelho à gigante da tecnologia chinesa não está restrita somente ao contexto brasileiro, tampouco diz respeito apenas a rede 5G em si. Uma decisão favorável ou não à Huawei para o fornecimento de componentes concede uma vantagem para a China, à medida que o país terá um posição central no desenvolvimento da próxima geração de rede global.

A administração Bolsonaro, todavia, não mantém as relação mais próximas junto à segunda maior economia do planeta. Alinhado o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Bolsonaro fez seu aceno à China em viagem à Ásia no ano passado.

A relação, porém, não foi das melhores desde então, com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, censurando as práticas chinesas em seu blog pessoal e o próprio filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro, atribuindo a pandemia de covid-19 à “ditadura chinesa.”

Mas não é só de negativas que anda a comunicação entre as potencias emergentes. Outros oficiais mostraram visões mais pragmáticas no que tange à China, como o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, que defenderam um processo justo e aberto para escolher os construtores da rede 5G no Brasil, estejam entre eles a Huawei ou não.

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Arthur Guimarães

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