Bolsas globais caem preocupadas com dados econômicos; Nasdaq recua 1,3%

As bolsas globais operam no vermelho na manhã desta quinta-feira (16). O mercado futuro de Nova York apresenta baixa após dois dias seguidos de ganhos. Enquanto isso, a Europa recua à espera do Banco Central Europeu (BCE), e os mercados asiáticos fecharam em queda após a apresentação de dados econômicos.

Por volta das 7h20, a Nasdaq apresentava uma baixa de 1,35%, a 10.539,75 pontos. A bolsa da tecnologia dos Estados Unidos, após atingir sua máxima histórica, ficando próxima dos 11 mil pontos, diminuiu o ritmo nos últimos dias.

Os investidores avaliam se a recuperação da economia global será realmente rápida, como esperado no mês passado. O mercado aguarda os dados do varejo norte-americano em junho, que serão divulgados às 9h30 (horário de Brasília).

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O temor é de que a recuperação da atividade econômica, e consequente queda da taxa de desemprego, pode ser mitigada pela recenta onda de novas infecções da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O país já registrou quase 3,5 milhões de casos da doença (25% de todo o mundo), com mais de 137 mil mortes.

O Dow Jones também caía, a 0,67%, para 26.587,0 pontos. O S&P 500 futuro, por sua vez, operava com uma baixa de 0,75%. Na última quarta-feira (15), o mercado à vista do índice das 500 maiores empresas norte-americanas fechou em alta de 0,91%, a 3.226,56 pontos.

Segundo Andrew Hunter, economista sênior da Capital Economics nos EUA, em entrevista ao “The Wall Street Journal”, “a questão principal agora é a preocupação com uma nova onda de infecções e o potencial na recuperação econômica”. O economista salienta que, embora os dados do varejo de junho possam vir fortes, “a maior preocupação é do tamanho da desaceleração potencial de julho”.

Desempenho do índice de 100 empresas da Nasdaq em relação ao S&P 500 nas últimas semanas. A bolsa de tecnologia recua. Fonte e reprodução: Bloomberg

Na Europa, as bolsas aguardam a nova decisão de política monetária do BCE. É esperado que o programa de compra de títulos corporativos seja inalterado, mas já é questionado se o apoio da autoridade monetária é suficiente para a crise que virá a seguir. A presidente Christine Lagarde dará uma entrevista coletiva virtual.

Por volta das 7h40, oDAX 30, índice alemão, operava com uma baixa de 0,65%, a 12.846,30 pontos. O britânico FTSE 100, por sua vez, apresentava uma queda de 0,54%, para 6.258,78 pontos. O índice francês, CAC 40, registrava -0,76%, para 5.070,08 pontos.

O FTSE MIB, índice italiano, operava com uma queda de 0,13%, a 20.255,50 pontos, acima do nível pré-pandemia. O Euro Stoxx 50, maior índice acionário da zona do euro, caía 0,65%, para 3.356,18 pontos.

Na Ásia, embora a economia chinesa tenha voltado a apresentar um avanço, as bolsas mostraram-se receosos com os dados do varejo, entendendo que o desempenho foi menor do que o estimado anteriormente.

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 3,2% no segundo trimestre deste ano, mas não recuperou a queda de mais de 6% dos primeiros três meses do ano. As vendas no varejo, por sua vez, caíram 1,8% em junho em comparação a maio, com a expectativa de uma alta de 0,30%.

Isso fez com que o SSE Composite, bolsa de Xangai, caísse 4,50%, a 3.210,10 pontos. Os investidores permanecem de olho nas tensões entre Estados Unidos e China.

A bolsa do Japão, Nikkei 225 encerrou o pregão com uma baixa de 0,76%. A bolsa de Hong Kong fechou com uma queda de 2%. Já KOSPI, mercado da Coreia do Sul, encerrou as negociações registrando -0,82%.

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Às 7h50, o petróleo WTI apresentava uma queda de 1,09%, sendo negociado a US$ 40,75 o barril. Por sua vez, o petróleo Brent registrava uma baixa de 0,71%, a US$ 43,48 o barril. As cotações da commodity procuram fortalecer a tendência de crescimento das últimas semanas após a gradual recuperação da demanda, enquanto as economias mundiais tentam reabrir.

Em contraponto ao viés otimista observado ao longo do mês passado, as bolsas blobais e os índices futuros norte-americanos mostram-se atentos à recuperação dos ativos financeiros no período pós-coronavírus.

Jader Lazarini

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