Bolsas mundiais operam instáveis, de olho nas eleições e PIB da zona do euro

As bolsas mundiais voltam a operar em instabilidade na manhã desta sexta-feira (30), com o prazo para as eleições presidenciais norte-americanas ficando mais curto, o que tradicionalmente eleva a volatilidade dos mercados. O avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), resultados das principais companhias de tecnologia e dados econômicos europeus também acendem o alerta dos investidores.

Por volta das 7h50, os mercados futuros de Nova York, assim a maior parte das bolsas mundias, indicavam para um dia de perdas. O S&P 500 futuro apresentava uma queda de 0,94%, para 3.271,12 pontos, enquanto o índice da Nasdaq apresentava uma baixa de 1,27%, atingindo 11.197,50 pontos. Os futuros de Dow Jones caíam 0,91%, para 26.315,0 pontos.

A queda do Dow Jones Industries indica que o maior índice acionário dos Estados Unidos pode cair mais 200 após o sino de abertura, após ter recuado quase 6% nesta semana. O índice caminha para encerrar outubro com o pior desempenho desde março, assim como parte das bolsas mundiais.

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Após o fechamento do pregão da última quinta-feira (29), as big techs apresentaram seus números do terceiro trimestre. Pela segunda vez consecutiva, Apple, Facebook, Amazon, e Alphabet, controladora do Google, divulgaram resultados trimestrais no mesmo dia, acompanhados do Twitter. Somente a Alphabet subiu no after market.

Os investidores permanecem receosos com o desempenho das ações de tecnologia, que destoaram dos demais setores neste ano. As companhias do segmento foram as catalisadoras da recuperação dos mercados em 2020, com uma valorização média de 56% neste ano (com exceção do Google, que subiu 16%).

Embora tenham superado as expectativas para o trimestre, as empresas seguem no radar dos investidores após terem sido pressionadas por órgãos antitruste dos Estados Unidos no terceiro trimestre. A Nasdaq, bolsa que contempla a maior parte das empresas de tecnologia, indica para um dia de perdas após a abertura do mercado.

A proximidade com as eleições presidenciais norte-americanas também chamam atenção do mercado. A próxima terça-feira (3) marcará o dia oficial das votações para a reeleição do presidente Donald Trump, ou ascensão de seu oponente, o democrata Joe Biden.

O processo eleitoral também traz o receio às bolsas mundiais por uma possível demora na contagem dos votos e o precedente que isso pode abrir para uma tensão política. Além disso, as eleições também são uma condicional para o novo pacote de estímulos econômicos à famílias e empresas nos Estados Unidos, que está sendo negociado entre os democratas e a Casa Branca. Trump disse que o pacote, estimado na casa de US$ 1,9 trilhão, sairá somente após as eleições.

Nesta manhã, o mercado digere as informações sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, que avançou 12,7% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com os três meses anteriores. A estimativa consensual entre analistas era por um avanço de 9,4%, segundo a agência de notícias Reuters.

O PIB da zona do euro se recupera após o tombo de 12,1% no segundo trimestre deste ano. O terceiro trimestre ficou marcado por um verão com menos restrições frente à pandemia. O mercado, no entanto, acendeu o alerta após França e Alemanha retomarem os lockdowns por conta da doença nas últimas semanas.

O mercado europeu opera no azul, mas ainda mostra-se temeroso pela possibilidade da nova onda da doença frustrar a recuperação. Por volta das 8h10, o DAX 30, índice alemão, operava com uma leve alta de 0,06%, a 11.602,05 pontos. O índice francês, CAC 40, subia 0,61%, enquanto o britânico FTSE 100 avançava 0,04%.

O FTSE MIB, índice italiano, operava com uma alta de 0,19%, a 17.903,50 pontos, ao passo que a Espanha apresentava um ganho de 0,56%. O Euro Stoxx 50, maior índice acionário da zona do euro, subia 0,41%, para 2.972,04 pontos.

Na Ásia, porém, os mercados fecharam de forma negativa. A bolsa de Xangai, a SSE Composite, caiu 1,47%, a 3.224,53 pontos. A bolsa do Japão, Nikkei 225, fechou o pregão em queda de 1,52%.

Os maiores mercados asiáticos foram pressionado por companhias de alimentos e bebidas após crescimento mais lento dos lucros no terceiro trimestre, por mais que os índices tenham apresentado ganhos em outubro com a força das ações de consumo discricionário e de bancos.

O principal índice de Hong Kong, Hang Sang, recuou 1,95%, para 24.107,42 pontos. Já a KOSPI, mercado da Coreia do Sul, tombou 2,52%, para 2.267,15 pontos.

Confira o desempenho dos principais mercados por volta das 8h16:

  • S&P 500 futuro: -0,63%
  • Nasdaq futuro: -1,01%
  • DAX 30: -0,07%
  • FTSE 100: -0,03%
  • Euro Stoxx 50: +0,25%
  • SSE Composite: -1,47%
  • Nikkei 225: -1,52%

Os mercados futuros e bolsas mundiais continuam atentos às incertezas causadas não somente pelo coronavírus, mas também pelas tensões internacionais acentuadas por ele, por mais que dados recentes tenham demonstrado certa recuperação da atividade econômica global.

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Jader Lazarini

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