Boletim Focus prevê Selic a 2,50% em 2020 em nova projeção

Os especialistas do mercado financeiro, responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, diminuíram, novamente, a previsão da taxa básica de juros da economia (Selic) de 2020 na divulgação desta segunda-feira (11). Assim, a taxa saiu de 2,75% para 2,50% ao ano. Há quatro semanas, a projeção era de 3,25%.

Há menos de uma semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar a taxa de juros mais uma vez, deixando-a em 3% ao ano, no menor patamar de sua série histórica.

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A previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano também foi reduzida, pela 13ª semana consecutiva. A estimativa do Boletim Focus é de que haverá uma recessão na economia brasileira de 4,11%. Na semana passada a previsão era de uma queda de 3,76%.

Na primeira divulgação de 2020, a previsão era de crescimento de 2,30% na economia brasileira. Os especialistas, entretanto, não contavam com uma crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na economia. Para 2021, os analistas do mercado financeiro estimam que a economia irá crescer 3,20%.

Inflação

A expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2020, de acordo com a divulgação do BC, foi cortada pela 9ª semana consecutiva. De acordo com especialistas ouvidos pelo focus, a inflação de 2020 será de 1,76%. Na última semana, a estimativa era de 1,97%.

Sendo assim, o aumento dos preços permanece abaixo da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.

Em relação a 2021, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3,25%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,50%.

O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.

Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.

2020

  • PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 4,11%
  • IPCA: a projeção caiu de 1,97% para 1,76%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
  • Taxa Selic: a previsão caiu de 2,75% para 2,50%.
  • Dólar: a previsão permaneceu em R$ 5,00.
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu de US$ 42,00 bilhões para US$ 42,50 bilhões.
  • Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 70,75 bilhões.
  • Déficit Primário do PIB: a previsão passou de -7,20% para -7,52%.
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit piorou, passando de -11,30% para -12%.

2021

  • PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,20%.
  • IPCA: a projeção ficou igual a da semana anterior, em 3,25%.
  • Taxa Selic: a previsão caiu para 3,50%.
  • Dólar: os investidores aumentaram a previsão de R$ 4,75 para R$ 4,83.
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu de US$ 42,00 bilhões para US$ 42,50 bilhões.
  • Investimento Estrangeiro Direto: a previsão saiu de US$ 80 bilhões para US$ 79 bilhões.
  • Déficit Primário do PIB: a previsão passou de -1,90% para -2%.
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit  permaneceu em -5,70%.

O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.

Juliano Passaro

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