Boletim Focus prevê queda de 5,02% do PIB em 2020

O Boletim Focus, no relatório divulgado nesta segunda-feira (5), estima uma queda de 5,02% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano. Essa é a quarta semana consecutiva em que os especialistas ouvidos pelo Banco Central (BC) cortam suas expectativas por uma contração mais intensa da economia brasileira.

Em junho, a estimativa chegou a ser de um tombo de 6,28% no PIB. Há quatro semanas, a previsão do Boletim Focus já era por uma contração de 5,31%, caindo para 5,04% na última segunda-feira (28). Os fortes impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) podem fazer com que a economia do País registre seu pior desempenho no último século, caso as atuais projeções se confirmem.

No segundo trimestre deste ano, o PIB caiu 9,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação do resultado auferido entre julho e setembro ocorrerá no dia 3 de dezembro. Para o ano que vem, por sua vez, a previsão dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central continua sendo de um crescimento de 3,50%, pela 19ª semana consecutiva.

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Ademais, outro destaque da publicação do BC nesta manhã é o novo aumento da estimativa pela inflação. O relatório prevê um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2,12% ao fim deste ano. Essa é a oitava semana consecutiva de aumento nas expectativas.

Caso a projeção apresentada pela autoridade monetária aconteça, a inflação permanecerá abaixo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2020, embora mais próxima do que nas últimas semanas. O alvo definido pela autoridade monetária é de uma inflação de 4%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, ficando entre 2,5% e 5,5%.

De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a inflação de 2020 no cenário híbrido está em 2,1%. Para 2021, por sua vez, o CMN, estipulou a meta de inflação de 3,75%, passível de variação entre 5,25% e 2,25%. O Focus estima um aumento dos preços na ordem de 3% no ano que vem.

Boletim Focus permanece com Selic estável

Segundo o Focus, a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará este ano em 2%, o atual e menor patamar da série histórica. Esta é a 14ª semana consecutiva com a mesma projeção.

O Copom, no entanto, não deve elevar a taxa de juros, a menos que as expectativas pela inflação estejam, de fato, próximas das metas. As informações foram reveladas por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim do mês passado.

No relatório divulgado, o BC disse que existe uma “assimetria em seu balanço de riscos”; por um lado, é observado um nível de ociosidade da atividade econômica que pode produzir baixa inflação. Enquanto por outro lado, as políticas fiscais colocadas em prática meio à pandemia do coronavírus podem causar aumento de preços.

Confira, em detalhes, as projeções mais importantes para 2020 e 2021:

2020

  • PIB: a projeção é de uma retração da economia em 5,02%;
  • IPCA: a projeção subiu para 2,12%, com uma meta central de 4%;
  • Taxa Selic: a previsão fica em 2%;
  • Dólar: a previsão ficou em R$ 5,25;
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 57,49 bilhões;
  • Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 51,26 bilhões;
  • Déficit Primário do PIB: a previsão ficou em -12,05%;
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -15,70%.

2021

  • PIB: a projeção do crescimento da economia continuou em 3,50%;
  • IPCA: a projeção caiu para 3%;
  • Taxa Selic: a estimativa ficou em 2,50%;
  • Dólar: os especialistas continuam com a projeção de R$ 5;
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 55 bilhões;
  • Investimento Estrangeiro Direto: a previsão caiu para R$ 65 bilhões;
  • Déficit Primário do PIB: a previsão ficou em -3%;
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit permaneceu em -6,50%.

O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. São utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil.

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Jader Lazarini

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