Boletim Focus melhora projeção pelo PIB pela nona semana consecutiva

O mercado prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recue 5,28% em 2020, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (31). Essa é a nona semana consecutiva em que os especialistas das 100 maiores instituições financeiras do País melhoram suas expectativas para a economia brasileira, que chegou a ser de -6,48% em junho.

No entanto, caso a previsão do Boletim Focus desta semana se concretize, esse ainda será o pior desempenho da economia brasileira em um ano no último século, em meio aos efeitos sem precedentes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em todo o mundo.

No primeiro trimestre deste ano, o PIB brasileiro caiu 1,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto divulgará, na manhã da próxima terça-feira (1), o resultado do segundo trimestre, período em que foram observados os impactos da crise de forma mais ampla. No início do ano, os especialistas ouvidos pelo Banco Central (BC) esperavam um crescimento de 2,30% na economia.

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Para o ano que vem, de acordo com o relatório dilvulgado semanalmente pelo BC, a previsão é de que o PIB cresça 3,50%, a mesma estimativa das últimas 14 semanas. No entanto, para isso, o Focus prevê que a taxa básica de juros da economia (Selic) termine 2,88% no fim de 2021, frente a estimativa das últimas semanas de 3%, prevendo que a autoridade monetária central do País deva manter seus estímulos econômicos por meio da política monetária. A previsão da Selic para 2020 permanece em 2%.

Entretanto, segundo Roberto Campos Neto, presidente do BC, “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”. A afirmação foi realizada em teleconferência organizada pela Petrobras no início deste mês.

Atualmente, a Selic está em 2%, a mínima da série histórica. Para Campos Neto, já pode ser identificada uma recuperação parcial da economia.

Todavia, em detrimento de uma taxa de juros mais baixa, o que, historicamente, chamava a atenção de estrangeiros para o Brasil, o real pode se tornar ainda mais depreciado frente ao dólar. Nesta semana, o Focus estima que 2020 terminará com um câmbio direto entre as moedas de R$ 5,25, após consecutivas semanas com uma projeção de R$ 5,20. Para o ano que vem, os especialistas esperam que a relação fique em R$ 5.

Inflação, segundo o Boletim Focus

O documento divulgado nesta segunda-feira também mostrou que o mercado aumentou a expectativa pela inflação novamente. A estimativa para o aumento dos preços deste ano ficou em 1,77%. Caso a projeção se confirme, a inflação ficará abaixo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O objetivo estipulado pela autoridade monetária do País, composto pelo Ministro do Planejamento, Ministro da Economia e presidente do BC, é de uma inflação de 4%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, de 2,5% até 5,5%.

Em relação a 2021, os economistas do mercado estimam um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3%, assim como nas últimas 10 semanas.

Confira, em detalhes, as projeções mais importantes para 2020 e 2021:

2020

  • PIB: a projeção é de uma retração da economia em 5,28%.
  • IPCA: a projeção subiu para 1,77%, com uma meta central de 4%.
  • Taxa Selic: a previsão fica em 2%.
  • Dólar: a previsão aumentou para R$ 5,25.
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 55 bilhões.
  • Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que subirá para US$ 55 bilhões.
  • Déficit Primário do PIB: a previsão ficou em -11,63%.
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -14,8%.

2021

  • PIB: a projeção do crescimento da economia continuou em 3,50%.
  • IPCA: a projeção ficou em 3%.
  • Taxa Selic: a estimativa caiu para 2,88%.
  • Dólar: os especialistas continuam com a projeção de R$ 5.
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 53,40 bilhões.
  • Investimento Estrangeiro Direto: a previsão recuou para R$ 64 bilhões.
  • Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -2,62%.
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -6,10%.

O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. São utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil.

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Jader Lazarini

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