Caso Boeing-Embraer: operação ainda precisa de aval de acionistas

A fusão entre Boeing e Embraer, avalizada pelo governo de Jair Bolsonaro, ainda precisa esperar alguns meses para acontecer. A operação deverá passar pela assembleia da fabricante brasileira e, depois, por órgãos reguladores.

Tendo autorização do governo federal, o conselho de administração da Embraer vai confirmar a proposta. Então, vai convocar uma assembleia de acionistas, que deve ocorrer até 30 dias depois do chamado.

Assim que os acionistas também derem seu aval, os documentos finais da fusão poderão ser assinados pelas duas empresas. Isso não permitirá, no entanto, que Embraer e Boeing já comecem a trabalhar juntas. Autoridades reguladoras no Brasil e no exterior terão de dar um novo aval para a operação continuar. A fabricante brasileira estima que a duração do processo todo, a partir de agora, deve ser de até dez meses.

Mesmo assim, o fato de o presidente Bolsonaro ter dito que não vai se opor à fusão das empresas foi considerado um passo importante. Isso porque o governo federal detém uma golden share. Trata-se de uma ação especial que lhe dá o direito de veto a negociações envolvendo questões estratégicas.

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O que disse Bolsonaro sobre o caso Boeing-Embraer

O presidente Jair Bolsonaro declarou na última quinta (10) que a União não vai se opor à fusão entre Boeing e Embraer. O Palácio do Planalto anunciou que não vai usar seu poder de veto para impedir a operação.

“Reunião com representantes dos Ministérios da Defesa, Ciência e Tecnologia, Rel. Ext. e Economia sobre as tratativas entre Embraer (privatizada em 1994) e Boeing. Ficou claro que a soberania e os interesses da Nação estão preservados. A União não se opõe ao andamento do processo”, ele tuitou.

Na semana passada, entretanto, Bolsonaro havia dito que o acordo entre as duas fabricantes precisava de mudanças. Ele temia que a fabricante nacional perdesse controle sobre a futura empresa. Após sua declaração, as ações da Embraer despencaram.

Guilherme Caetano

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