Boeing corta mais de 12 mil funcionários nos Estados Unidos

A Boeing (NYSE: BA) informou nesta quarta-feira (27) que irá cortar 6.770 funcionários nos Estados Unidos, além de outras “milhares de demissões restantes” planejadas para os próximos meses, segundo o presidente executivo, Dave Calhoun.

A companhia se movimenta para reduzir custos e enfrentar a queda na demanda por aeronaves durante a crise. O plano representa a maior reestruturação da Boeing que procura suportar os fortes impactos da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

A empresa também comunicou a aprovação de 5.520 para o programa de demissão voluntária nos Estados Unidos. Os funcionários deixarão a fabricante de aviões nas próximas semanas. A companhia havia anunciado no mês de abril que planejava cortar, até o final deste ano, 10% de sua força de trabalho dos 160 mil empregados em todo mundo.

 

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Conforme comunicado enviado aos empregados via email, o CEO da Boeing declarou que “o impacto devastador da pandemia no setor de aviação significa um corte profundo no número de jatos e serviços comerciais que nossos clientes precisarão nos próximos anos, o que, por sua vez, significa menos empregos em nossas linhas e em nossos escritórios”.

Boeing acumula cancelamento de pedidos

A maior fabricante de aeronaves dos Estados Unidos não registrou pedidos em abril, pela segunda vez consecutiva neste ano. Os clientes da empresa ainda cancelaram outros 108 pedidos de seu avião 737 MAX, marcando o pior início de ano desde 1962.

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A Boeing comunicou que espera retomar as entregas da aeronave no terceiro trimestre, após aprovações regulatórias. A produção deve reiniciar a taxas baixas no segundo trimestre, antes de ser aumentada gradativamente para 31 por mês no ano seguinte. “Estamos avançando com nosso plano de reiniciar a produção do 737 MAX em Renton, Washington”, afirmou Calhoun.

A companhia levantou no mês anterior US$ 25 bilhões (cerca de R$ 132,25 bilhões) em uma oferta de títulos, o que permitiu evitar receber suporte do governo norte-americano. Porém, a fabricante, que dominou o mercado de aviação durante décadas, não consegue atingir a mesma projeção.

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Para o ex-engenheiro da empresa, a Boeing apresenta sérios desafios financeiros. “O tráfego aéreo afundou, os aviões estão em solo, as companhias aéreas clientes não precisam de novos aviões e a capacidade de seus fornecedores da cadeia de suprimentos está em questão”, avaliou.

No mesmo sentido, o presidente executivo da Boeing afirmou, em entrevista à Fox Business Network que “não há dúvida de que os problemas e acidentes do MAX nos afundaram e nos fizeram retroceder quase dois anos”.

Arthur Guimarães

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