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BlackRock planeja listar cerca de 100 ETFs no Brasil até março

A BlackRock planeja listar aproximadamente 100 ETFs no Brasil até março do ano que vem. A ideia da gestora é aproveitar o bom momento do mercado no País para investimentos, que tem ligação direta com os seguidos cortes na taxa básica de juros (Selic) e seu patamar mais baixo da história e, também, pela liberalização do mercado. As informações são do “Financial Times” e foram publicadas nesta segunda-feira (19).

A BlackRock assegurou que fará uma expansão nos ETFs listados no Brasil. Atualmente, a gigante gestora possui apenas cinco ETFs listados na bolsa de valores de São Paulo (B3).

Ao todo, no Brasil, são 19 ETFs de ações listados no mercado. Vale destacar que o País é o maior polo de investimentos da América Latina. Segundo a consultoria ETFGI, os ativos combinados de ETFs com listagens primárias na América Latina totalizaram somente US $ 11,1 bilhões em agosto.

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Sobre a chegada de novos ETFs ao Brasil, Joe Hill, diretor jurídico e de conformidade para a América Latina, BlackRock, afirmou que acha isso “muito positivo para a democratização do mercado de valores mobiliários brasileiro. Há uma abertura, o que é revigorante em um mundo que está vendo o oposto”.

Segundo ele, as mudanças que estão acontecendo no mercado local parecem colaborar para a transformação do cenário de ETFs na região. Em agosto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a criação de recibos de depósito brasileiros (BDRs) listados localmente vinculados a ETFs listados no exterior. Dessa forma, um novo mecanismo foi criado para a listagem cruzada dos fundos.

Ademais, isso possibilita que os investidores de varejo comprem BDRs . “Provavelmente veremos um boom de ETFs em todo o mundo”, afirmou Alexei Bonamin, sócio do escritório de advocacia TozziniFreire Advogados em São Paulo, ao jornal.

“Antes você tinha que ser o equivalente a um investidor credenciado. Por meio da listagem cruzada, não apenas continuaremos a vender para investidores institucionais, mas também seremos capazes de acessar o varejo profundo. Todo mundo no Brasil terá acesso a esses produtos”, afirmou Hill.

A relação entre os fundos e os cortes na Selic

O Brasil nunca teve a indústria de fundos como um ponto forte no País, já que a taxas de juros ficou em um alto patamar durante um bom tempo no País. Sendo assim, quem tinha dinheiro, preferia colocar no banco, em uma conta poupança, por exemplo, pois já dava um retorno sem risco de cerca de 14% ao ano. Foi assim até 2016.

Entretanto, o Brasil acabou sofrendo com diversas crises nos últimos anos, o que fez com o governo tivesse que diminuir as taxas de juros, fazendo com que os investidores optassem por ativos mais arriscados, como ações e outros títulos fora da renda fixa.

“Temos a menor taxa de juros da história do Brasil. Obrigou investidores, fundos de pensão e gestores de ativos a investir em ativos alternativos ou de ações porque os retornos podem ser maiores ”, afirmou Bonamin.

A BlackRock afirmou que houve um “crescimento impressionante” de investidores pessoas físicas no Brasil. O número realmente avançou nos últimos anos, e triplicou desde 2018, segundo dados da bolsa de valores de São Paulo.

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Juliano Passaro

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