BlackRock: carteira de investimentos dos brasileiros deve ser mais diversificada

Se a diversificação de uma carteira é a grande sacada para mitigar os riscos, os brasileiros devem ter atenção redobrada a esse detalhe, dado as características do mercado de capitais do País. A avaliação é de Cindy Shimoide, responsável pela equipe Latin America da BlackRock (NYSE: BLK), a maior gestora de recursos do planeta.

Para a executiva da BlackRock, que participou nesta quinta-feira (27) do evento TAG Summit 2020, a taxa básica de juros (Selic) em patamar historicamente baixo é uma novidade por aqui e, por isso, todo cuidado é pouco.

“No Brasil, não estamos acostumados com a taxa de juros tão baixa. O que eu tenho visto é a questão de disparidade de risco. Em um momento de incerteza, você tem que variar as fontes de risco por classe de ativos”, afirmou Shimoide.

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“Favorecer um pensamento de estratégia diversificada não dependente de um ativo ou um cenário para gerar retorno. Isso pode te ajudar a novos regimes de investimento com juros mais baixos, que é o que estamos vivendo agora”, disse.

Além da necessidade de diversificação em um “novo mundo” para os brasileiros, Shimoide também chama a atenção para o mercado de títulos de renda fixa brasileiro em meio as incertezas econômicas e políticas pelas quais o Brasil passa.

“Em relação aos momentos de incertezas no Brasil, o mercado de Bolsa fica meio de lado e o de bonds se beneficiaria, em tese. Então, dada a expectativa da taxa de juros e correlação negativa com renda variável, uma alocação significativa em bonds também ajudaria a essa estratégia”, disse a executiva da BlackRock.

Outro setor que deveria chamar a atenção dos investidores brasileiros é o mercado de crédito, que pode se beneficiar de um crescimento baixo no País, segundo Cindy Shimoide.

“Investidores que querem retorno terão que buscar retornos para além da renda variável .Então, esse período de crescimento baixo deve ajudar o mercado de crédito. Já uma alta da demanda, o mercado de commodities, mas o que fica é diversificação”, afirmou a executiva da BlackRock.

BlackRock registra alta de 21% no lucro líquido do 2T20; destaque para renda fixa

Não à toa, a BlackRock registrou uma alta de 21% no lucro líquido no segundo trimestre deste ano na relação anualizada, de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6,41 bilhões). A companhia destacou o segmento de renda fixa, com a captação de US$ 60,27 bilhões.

Além disso, segundo a BlackRock, os negócios de gestão de caixa da companhia somaram US$ 24,2 bilhões em entradas líquidas. Os mercados mostraram uma consistente recuperação em relação ao primeiro trimestre, quando os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foram mais intensos.

Com a injeção de liquidez do Federal Reserve (Fed) para sustentar o sistema, diversas companhias de investimento elevaram seus faturamentos. A alta nos preço dos ativos fez com que a BlackRock aumentasse sua receita total em 4%, para US$ 3,6 bilhões. A empresa encerrou junho com US$ 7,3 trilhões sob gestão.

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Vinicius Pereira

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