Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, realiza investimentos no Japão

No mesmo dia em que completou 90 anos, no último domingo (30), Warren Buffett anunciou que sua holding Berkshire Hathaway adquiriu uma participação de aproximadamente 5% em cada uma das cinco maiores companhias de comércio do Japão. No total, o investimento do Oráculo de Omaha nas empresas japonesas é avaliado em US$ 6,25 bilhões (cerca de R$ 33,69 bilhões).

Segundo Warren Buffett, a Berkshire realizou os investimentos nas empresas Itochu Corp., Marubeni Corp., Mitsubishi Corp., Mitsui & Co., Sumitomo Corp. ao longo de 12 meses, diretamente na Bolsa de Valores de Tóquio.

Tais empresas são chamadas de “sogo shosha”. São conglomerados intensivos em importações, desde energia e metais preciosos, a alimentos e têxteis — para um país, o Japão, pobre em recursos naturais. As companhias escolhidas pelo megainvestidor também fornecem serviços para fabricantes, procurando desenvolver uma economia que está estagnada há décadas.

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No entanto, ao passo que as companhias diversificam suas operações, também ficam vulneráveis com os ciclos econômicos globais, como na crise dos subprime, em 2008. Mesmo com esse risco, Buffett disse que os investimentos foram realizados para o longo prazo, e que pode aumentar as participações para até 9,9% nas empresas, a depender do preço de mercado.

A Berkshire, todavia, se comprometeu a não adquirir mais do que 9,9% de participação nas empresas, a menos que obtenha a aprovação dos órgãos reguladores competentes e dos conselhos de administração das trading companies. Ao realizar os aportes nas japonesas, Buffett lembrou dos investimentos de longo prazo já realizados por sua empresa, como a Coca-Cola, Moody’s Corp. e American Express.

“Estou muito satisfeito por ter a Berkshire Hathaway participando do futuro do Japão e das cinco empresas que escolhemos para investimento”, disse o investidor. Ele salientou que as investidas possuem uma série de participações em joint ventures ao redor do mundo, o que pode trazer “oportunidades de benefício mútuo”.

A Berkshire afirmou que, de fato, é uma grande aposta na força da moeda local, o iene. No entanto, a empresa tem pouca exposição às flutuações da moeda porque possui 625,5 bilhões de títulos lastreados em ienes (US$ 5,93 bilhões), com vencimento entre 2023 e 2060.

Warren Buffett aumentou posição em BofA e comprou ouro

Recentemente, a Berkshire Hathaway mostrou-se movimentada no mercado. No fim de julho, o fundo de investimentos comprou mais de US$ 800 milhões (cerca de R$ 4,31 bilhões) em ações do Bank of America (BofA). Assim, a companhia elevou de 3,6% para 11,3% sua participação no banco.

Com isso, a fatia total da Berkshire na instituição está avaliada em aproximadamente US$ 25,6 bilhões, baseada no preço do fechamento das ações do BofA no pregão da última sexta-feira (28), a US$ 26,30.

Além disso, a companhia de Buffett investiu na maior mineradora de ouro, a Barrick Gold Corp. A empresa de Warren Buffett assumiu uma posição na mineradora, adquirindo 20,9 bilhões de ações, equivalente a 1,2% dos papéis em circulação da empresa, avaliada em cerca de US$ 565 milhões (ou R$ 3,062 bilhões), conforme documento divulgado no início deste mês.

Com a crise catalisada pela pandemia, o mercado ouro vem registrando forte valorização, ao passo que a demanda por ativos que reservem valor aumentou. Nesse sentido, mineradoras de metais têm se beneficiado dos preços impulsionando suas margens de lucro. Tal fato chamou a atenção de Warren Buffett, mesmo já tendo se mostrado contrário à compra de ativos não geradores de caixa, como metais preciosos.

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Jader Lazarini

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