Berkshire Hathaway apoiará negócio de US$ 2,7 bilhões da indústria de mídia

A Berkshire Hathaway (NYSE: BRK.A) apoiará a compra da ION Media pela EW Scripps em um negócio avaliado em US$ 2,65 bilhões. A holding liderada pelo megainvestidor Warren Buffett concordou em investir US$ 600 milhões na união da indústria de mídia.

Em troca, a Berkshire Hathaway terá a opção de adquirir 23,1 milhões de ações adicionais da Scripps por US$ 13, cerca de US$ 3 a mais do que o preço de fechamento no último pregão.

Como parte do acordo, a Berkshire receberá dividendos de 8% ao ano, formato similar ao fechado pela holding ao investir na Occidental Petroleum, empresa de energia dos Estados Unidos, em meio à compra da rival Anadarko Petroleum. À época, o financiamento de Warren Buffett foi na ordem de US$ 10 bilhões.

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O negócio avaliará a ION em 8,2 vezes seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no ano encerrado em junho, desconsiderando as sinergias de US$ 120 milhões. A dívida líquida da nova empresa será de 5,2 vezes o Ebitda com base nos últimos oito trimestres.

A ION é de propriedade da Black Diamon Capital Management, e é conhecida por exibir programas populares de crimes e investigações policiais, como CSI. As redes de televisão têm lutado nos últimos anos para fazer frente aos serviços de streaming, ao passo que grandes players do setor também anunciaram seus pacotes de serviços, como a Disney e a AT&T.

Berkshire Hathaway enxerga oportunidades no mercado

O aporte do megainvetidor, no que pode ser a última grande rodada de consolidação do setor de mídia antiga, ocorre logo após a holding que comanda alocar US$ 570 milhões na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Snowflake, empresa tecnologia de nuvem. A Berkshire Hathaway procura colocar os quase US$ 150 bilhões em caixa para trabalhar.

Após a reduzir sua posição em grandes instituições financeiras norte-americanas, como o J.P. Morgan e o Wells Fargo, assim como na aérea American Airlines ainda no início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a Berkshire Hathaway realizou uma série de investimentos.

Recentemente, a companhia adquiriu aproximadamente 5% em cada uma das cinco maiores companhias de comércio do Japão. No total, o investimento do Oráculo de Omaha nas empresas japonesas é avaliado em US$ 6,25 bilhões.

Tais empresas são chamadas de “sogo shosha”. São conglomerados intensivos em importações, desde energia e metais preciosos, a alimentos e têxteis. As companhias escolhidas pelo megainvestidor também fornecem serviços para fabricantes, procurando desenvolver uma economia que está estagnada há décadas.

Semanas antes, a Berkshire Hathaway também realizou um investimento de US$ 10 bilhões na Dominion Energy, do setor de gás natural. Com a aquisição, a holding passou a controlar 18% de toda a transmissão de gás natural interestadual nos Estados Unidos.

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Jader Lazarini

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