BCE rebate críticas da Alemanha à política monetária da entidade

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira (7) que não se intimidará com as críticas do Tribunal Constitucional da Alemanha à política monetária da entidade.

Em mesa redonda organizada pela Bloomberg, Lagarde salientou que o BCE continuará fazendo “tudo o necessário para cumprir nosso mandato” pela estabilidade dos mercados da zona do euro.

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A presidente da autoridade monetária europeia enfatizou que objetiva manter a política de compra maciça de dívida soberana dos países e empresas da zona do euro. As operações do BCE têm como objetivo prestar auxílio a economia do bloco em meio a crise causada pelo novo coronavírus (covid-19).

Nesse sentido, Lagarde respondeu às críticas do tribunal alemão e pontuou que o BCE não está subordinado a nenhuma jurisdição nacional. Segundo a economista, a entidade é uma “instituição europeia, que responde ao Parlamento Europeu e está sob a jurisdição do Tribunal de Justiça da UE”.

Alemanha critica política do BCE e pede explicações

O Tribunal Constitucional da Alemanha emitiu na última terça-feira (5) um pedido de justificativa à política monetária do BCE. A Alemanha solicitou uma resposta aos três meses de compra de dívida pública realizada desde 2015, em vista dos impactos prejudiciais sobre setores de economia. A operação afeta, em especial, os poupadores, que são penalizados por taxas de juros muito baixas.

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Caso contrário, os juízes do tribunal ameaçaram proibir a participação do Bundesbank, o Banco Central (BC) da Alemanha, em programas de ajuda do BCE. A medida afetaria fortemente a eficácia das operações realizadas pela entidade central do bloco.

Conforme publicado no jornal Financial Times nesta quinta-feira, vários presidente de bancos centrais de países da zona do euro se opõe ao BCE. Os diretores defendem que a independência da mais alta autoridade monetária da Europa.

Dessa forma, o tribunal alemão demanda uma explicação “compreensível e detalhada” do programa de compras da dívida pública, que cresceu para 2,2 trilhões de euros desde 2015, feitas pelo BCE até o mês de agosto.

O BCE anunciou no início deste ano uma revisão estratégica para “avaliar a eficácia e os possíveis efeitos colaterais do conjunto de instrumentos de política monetária elaborados nos últimos dez anos”. No entanto, o exame das operações ficou de lado pelos impactos da pandemia do novo coronavírus.

Arthur Guimarães

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