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Barclays revisa projeção do PIB de 2020 e passa a ver queda de 0,5%

O Barclays divulgou nesta quarta-feira (25) a projeção do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano. O banco revisou as estimativas para uma previsão de queda de 0,5%.

Na última sexta-feira (20), o Barclays havia cortado sua projeção de aumento de 1,7% para uma alta de 0,4%. As novas estimativas contemplam os 15 dias de quarentena no estado de São Paulo, no entanto o economista-chefe do banco no Brasil, Roberto Secemki, afirmou que o  PIB poderia recuar 3% em 2020, a depender da extensão das paralisações.

No início deste ano, o banco britânico projetava uma expansão de 2,3% da economia do Brasil. Em seguida, no mês de fevereiro, o instituição financeira cortou a previsão para 2%, após considerar os efeitos do novo coronavírus (covid-19) para a China e a, consequente, redução da demanda por importações.

Saiba mais: Moody’s prevê queda de 1,6% do PIB do Brasil em 2020

Segundo Secemki, a disseminação do novo coronavírus em escala global levou a tomada de medidas preventivas e a queda da confiança dos investidores. Da mesma forma, as reocupações acerca da pandemia levaram a piora das condições financeiras globais e as incertezas políticas domésticas no Brasil contribuíram para a projeção.

Mais projeções do Barclays

Para o economista, o PIB deverá apresentar redução no primeiro trimestre, em comparação com os três meses anteriores. Em seguida, deverá haver um recuo de 3,5% a 4% no segundo trimestre. No entanto, Secemki aponta recuperação da economia na segunda metade do ano.

O impacto nas atividades econômicas entre abril e junho, assim como a possibilidade de retração no terceiro trimestre, também podem adicionam risco para um queda na projeção anual.

“Dependendo de quanto tempo as restrições atuais continuarem valendo, particularmente no estado de São Paulo, o PIB pode cair perto de 3% no ano”, apontou o economista. O cenário do crescimento de longo prazo do país não é otimista, segundo Secemki que coloca o PIB potencial do Brasil entre 0,7% e 1%.

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Após todos os estímulos e o decreto de calamidade pública, medida que  flexibiliza a meta do resultado primário, o economista estima que o governo federal registrará um déficit de R$ 204,5 bilhões. O valor representa 2,7% do PIB total do Brasil, frente aos R$ 100 bilhões anteriormente.

O Barclays previa estabilidade no nível da taxa básica de juros, no entanto, agora, o banco projeta um novo corte na Selic de 0,5%. A redução deve acontecer na medida em que os impactos negativos continuem a atingir a atividade econômica. Contudo, o economista aponta que os estímulos devem vir mais por medidas macroprudenciais do que por redução nos juros.

Arthur Guimarães

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