Banco Votorantim aposta em fintechs e cogita virar sócio da Neon

O Banco Votorantim pretende estreitar laços com fintechs, startups focadas em tecnologia financeira. A instituição cogita se tornar sócia da Neon e ganhar espaço num mercado com alto potencial de crescimento, visando ampliar suas receitas. A informação é da agência Reuters.

“Vamos ter um portal bancário digital até o meio do ano e para isso devemos aprofundar nossa parceria com o Neon“, disse o presidente-executivo do Banco Votorantim, Elcio dos Santos, à Reuters. “Estamos ainda discutindo se isso pode envolver participação societária”.

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Santos assumiu a presidência do banco em 2016 e, desde então, levou a empresa para vários nichos de mercado considerados promissores. Manteve parcerias frequentes com fintechs, que se expandiram no mercado explorando deficiências do setor bancário do Brasil e brechas para oferecerem melhores serviços. Entre os negócios em que o banco se engajou estão, por exemplo, o de geração de energia solar em residências e o de serviços de saúde. Fez até uma parceria com a Kroton em 2018 para expandir o financiamento estudantil.

A empresa fechou uma parceria com a Neon em maio passado. O movimento se deu após o Banco Neon, com o qual a fintech trabalhava, sofrer liquidação judicial pelo Banco Central. Agora, a Neon vai fornecer recursos para o Banco Votorantim emitir empréstimos. O aplicativo de educação financeira GuiaBolso e Bompracrédito, voltado a crédito pessoal, foram outros a se aliar ao banco.

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“Nosso plano agora é ter todo um leque de produtos nossos num portal para ampliar as possibilidades de relacionamento com clientes”, declarou o executivo.

Especializado em financiamento para compra de carros usados, o Votorantim vem se recuperando desde 2014, ano em que foi atingido pela crise do mercado automotivo brasileiro. Desde então, foram três anos de prejuízos, e, hoje, a instituição bancária é a nona maior do Brasil em ativos, com 4 milhões de clientes. Além disso, o lucro do quarto trimestre do Votorantim foi de R$ 282 milhões.

Guilherme Caetano

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