Banco Central deve baixar a Selic para 5,5%, dizem analistas

Na próxima quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve cortar 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros no Brasil, a Selic. A inflação estabilizada, economia lenta no Brasil e avanços das reformas fazem com que analistas do mercado aguardem o corte da taxa básica de juros.

A concepção de que o dólar elevado poderia mitigar as chances de corte da Selic por parte do Banco Central (BC), perdeu força nas últimas semanas.

Pesquisas apontaram que o fato da pressão cambial não está causando o aumento da inflação, como já ocorreu no passado. Além disso, a atuação do BC não mais demonstra uma preocupação da entidade monetária com o nível do real. Portanto, esses motivos, entre outros fatores envolvidos, endossam essa possibilidade do corte dos juros.

Segundo Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4), “as expectativas de inflação estão menores do que no Copom anterior e justificam mais dois cortes de 0,50 pp da Selic”.

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Após os recentes dados que mostram a inflação sob controle, alguns bancos passaram a prever que Selic possa cair a até menos de 5%.

Bancos esperavam uma Selic menor

Em um relatório no dia 6 de agosto, o Bradesco (BBDC3; BBDC4) sua estimativa para a Selic, passando de 5% para 4,75% no fim deste ano. Um nível que deveria ser mantido até o fim de 2020.

Segundo o banco, há muita margem para um estímulo monetário da atividade econômica no Brasil por meio do corte das taxas de juros. O Bank of America também prevê a taxa de juros em 4,75%.

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O Santander (SANB3; SANB4) também diminuiu sua projeção para a taxa no fim do ano. Segundo a instituição bancária, a Selic deverá terminar 2019 em 4,5%, frente a 5,25% previsto anteriormente.

O consenso é de que a moeda norte-americana não impeça o Banco Central de manter os cortes na taxa básica de juros, entretanto, se atém apenas para o Copom desta semana. Para as próximas, o mercado está incerto.

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Outros analistas, em contrariedade aos grandes bancos, dizem que o repasse do câmbio para os preços é baixo, mas não inexistente. Caso o dólar mantenha-se acima de R$ 4,00, terá um impacto inflacionário.

Segundo Italo Lombardi, estrategista do Crédit Agricole, o “Banco Central tem espaço para cortar a Selic, mas deve ter cuidado com a comunicação”. Para ele, a instituição monetária central deve salientar que o cenário externo pode gerar instilabilidade no câmbio, causando incertezas na economia local.

Jader Lazarini

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