Azul sobe e Gol desce: o dia marcado pelo antagonismo das aéreas na Bolsa

Esta segunda (11) foi um dia marcado por movimentos inversos de companhias aéreas brasileiras na Bolsa. Azul e Gol estiveram em lados antagônicos da gangorra, movida por anúncios de negócios e até um desastre do outro lado do mundo.

Quem acompanhou o ânimo da Bolsa, que teve seu melhor pregão desde 2 de janeiro e fechou em alta de 2,79% – atingindo os 98 mil pontos, foi a Azul. Os papéis da companhia (AZUL4) subiram 6,31% com o anúncio de que ela assinou um acordo não vinculante para adquirir ativos da Avianca Brasil por meio de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI) no valor de US$ 105 milhões (cerca de R$ 420 milhões).

Saiba mais: Ibovespa tem alta de 2,79% e vai a 98.026 pontos

Entre os ativos incluídos na UPI estão o certificado de operador aéreo da Avianca Brasil, 70 pares de direitos de pousos e decolagens (“slots”) e aproximadamente 30 aeronaves Airbus A320.

A Azul informou que o processo de aquisição da UPI está sujeito a uma série de condições. Entre elas, estão a conclusão de um processo de diligência, a aprovação por parte de órgãos reguladores e credores, e a conclusão do processo de recuperação judicial da Avianca. Segundo a companhia, “a expectativa é que esse processo dure até três meses”. Entretanto, a Azul não deverá ser a única companhia aérea interessada em conquistar os ativos da concorrente. A UPI será leiloada e outras empresas poderão apresentar ofertas pelos ativos.

Saiba mais: Azul manifesta interessa para compra de ativos da Avianca

A Gol, por sua vez, sentiu os efeitos de um desastre no outro lado do Oceano Atlântico. As ações da companhia (GOLL4) caíram 2,59% com a repercussão da queda de um Boeing modelo 737 Max 8 na Etiópia no último domingo (10). A tragédia matou 157 pessoas – toda a tripulação que estava a bordo.

Os papéis da Boeing despencavam 13% no início da sessão desta segunda nos Estados Unidos e tragaram os papéis da empresa brasileira, que tem planos para adquirir 133 aeronaves do mesmo modelo que caiu na África. Atualmente, ela possui sete aeronaves Boeing 737 Max 8.

Saiba mais: Boeing: ações despencam 13% após queda de avião na Etiópia

Além disso, o Procon de São Paulo determinou que a companhia aérea Gol “suspenda imediatamente” as operações de todos esses sete aviões Boeing. De acordo com o órgão, o motivo da suspensão é a “ocorrência de acidentes de perfil semelhantes em curto espaço de tempo”. Na noite desta segunda, a companhia aérea atendeu à determinação e anunciou que vai suspender temporariamente o uso do 737 Max 8.

Guilherme Caetano

Compartilhe sua opinião