Azul (AZUL4) registra prejuízo líquido de R$ 6,13 bilhões no 1T20

A Azul (AZUL4) registrou, na manhã desta quinta-feira (14), um prejuízo líquido contábil de R$ 6,135 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado reverte o lucro líquido de R$ 125,3 milhões reportado no mesmo período do ano passado.

A Azul, no entanto, reporta que o prejuízo ajustado, o qual exclui ganhos e perdas com marcação a mercado e variação cambial (uma vez que, segundo sua estimativa, não há impacto no caixa da empresa), foi de R$ 975,3 milhões.

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A receita líquida total no período foi de R$ 2,802 bilhões, um avanço de 10,3% sobre o primeiro trimestre de 2019. Do total, o transporte de passageiros gerou uma receita 9% maior na comparação anualizada, enquanto o transporte de cargas e outras receitas subiram 38,7%.


Os custos e despesas operacionais cresceram 19,8% durante os três primeiros meses deste ano, para R$ 2,629 bilhões ante R$ 2,194 bilhões do primeiro trimestre do ano passado.

No entanto, no resultado financeiro, o destaque negativo ficou por conta das variações monetárias e cambiais, líquidas, gerando um prejuízo de R$ 4,233 bilhões, enquanto no primeiro trimestre de 2019 a baixa havia sido de R$ 90,3 milhões. O prejuízo neste item da demonstração de resultados da empresa foi elevado em 4.589,9%.

A margem líquida da empresa foi de 218,9%, sendo de que forma ajustada foi de 34,8%. Além disso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 654,2 milhões, uma queda de 9,7% frente os R$ 724,2 milhões registrados durante os três primeiros meses do ano passado.

A companhia aérea ressaltou que, no final de março, possuía um total de caixa e investimentos de R$ 3,1 bilhões. Esse total, incluindo reservas de manutenção de ativos disponíveis, vai a R$ 6,7 bilhões.

A Azul, com isso, diz que pode “suportar o atual ambiente de demanda por mais de um ano se necessário”.

Na última segunda-feira (11), a companhia divulgou as informações de tráfego referentes a abril, o qual mostra que a demanda total por voos, em RPK (indicador que traduz a porcentagem de passageiros por quilômetro transportado), recuou 90% na comparação anualizada.

A capacidade, ou seja, a redução de oferta, segundo a Azul, foi reduzida em 87,7%. Isso fez com que a ocupação total caísse para 68,8%, ante 84,4% durante o mesmo período do ano passado.

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Dessa forma, a companhia comunicou, na última terça-feira (12), que iniciou a utilização de aeronaves de passageiros exclusivamente para o transporte de cargas, como forma de otimizar a rentabilidade de sua operação durante o período de crise.

A Azul, assim como todas as companhias do setor, tem sofrido um forte impacto devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O receio com relação aos resultados da empresa fizeram com que suas ações preferenciais desvalorizassem mais de 78% apenas neste ano.

Jader Lazarini

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