CEO da Avon afirma que estratégia no Brasil é “voltar ao básico”

O CEO da Avon Products (AVON34), Jan Zijderveld, declarou que está “entusiasmado” com a filial brasileira, na comparação com meses atrás. O CEO afirmou que a estratégia para o mercado no Brasil tem sido “voltar ao básico”. Assim, os conceitos da venda direta e treino dos revendedores foram os focos internos nos últimos meses.

A subsidiária verde e amarela é a principal companhia da Avon, levando-se em consideração a receita e o lucro. A apuração é do “Valor Econômico”.

Desde setembro de 2018, a operação brasileira tem chefia de José Vicente Marino. O mesmo possui no currículo passagens pela:

  • Flora Cosméticos;
  • Natura (NATU3);
  • e Johnson & Johnson (JNJB34).

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“A administração no Brasil é muito forte”, comentou Zijderveld durante teleconferência com analistas.

Miguel Fernandez, o presidente global de negócios comerciais da Avon, afirmou que os executivos brasileiros concentram as energias em recuperar o valor da marca Avon. Segundo Fernandez, o progresso já pode ser observado.

Uma das medidas para recuperar o valor da marca foi o reajuste de preços. Fragrâncias e maquiagens obtiveram alteração de cerca de 11% no decorrer do primeiro trimestre de 2019.

Na teleconferência, Zijderveld não comentou as negociações para a venda de suas operações norte-americanas à brasileira Natura. “Não temos atualização sobre as conversas”, disse.

Saiba mais – Natura vai assumir a The Body Shop na América Latina a partir de maio

Vendas da Avon caem na Rússia

As vendas da Avon retraíram na Rússia, um importante mercado para a empresa. Para Fernandez, o país tornou-se um dos principais desafios.

“O mercado de produtos de beleza na Rússia tem apresentado um declínio significante. Particularmente, tivemos uma queda no número de líderes de vendas e, consequentemente, de revendedores”, comentou o executivo.

Natura quer comprar Avon

A Natura Cosméticos (NATU3) confirmou a possibilidade de compra de parcela da norte-americana Avon. Tanto as operações da Avon nos Estados Unidos da América (EUA), cuja operação é por meio de capital fechado, quanto às operações da empresa no restante do mundo, via capital aberto.

“A esse respeito, a Natura confirma que vem mantendo discussões com a Avon Products Inc. a respeito de potencial transação envolvendo ambas as companhias. A companhia [Natura] não pretende fazer comentários adicionais neste momento, porém comunicará ao mercado quando apropriado”, disse a possível compradora em fato relevante divulgado em 22 de março.

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Como a compra beneficiaria a Natura

De acordo com análise do “Valor Econômico”, que tomou por base os dados de 2017 do Euromonitor International, a Natura aumentaria a participação no mercado brasileiro de higiene pessoal e beleza para cerca de 17%. Isso caso adquirisse toda a fatia da Avon no mercado brasileiro.

Afinal, as vendas da Avon e da Natura representaram, respectivamente, em 2017:

  • 5,6%
  • 11,7%

No mesmo ano dos dados coletados, a Natura recuperou o primeiro lugar nas vendas de cosméticos e cuidados pessoais no País. Os principais concorrentes ocuparam venderam:

  • Unilever: 11,1% das vendas.
  • Grupo Boticário: 10,8% (desconsiderando a aquisição da Vult Cosmética, que ocorreu em março de 2018).
  • L’Oréal: 7,3% das vendas.
  • Colgate-Palmolive: 6,6% das vendas.
  • Procter & Gamble: 5% das vendas.
  • Johnson & Johnson: 4,1% das vendas.
  • Coty: 3,9% das vendas.
  • Beiersdorf (dona da Nivea): 3,1% das vendas.

Especialistas ouvidos pelo “Valor Econômico” consideram que a eventual aquisição da Avon pela Natura não seria barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Amanda Gushiken

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