AstraZeneca e Oxford veem possível vacina até o fim do ano, apesar da paralisação

Embora tenha interrompido os testes na última terça-feira (8), em função da reação adversa em um dos voluntários, a AstraZeneca (NYSE: AZN), juntamente com a Universidade de Oxford, enxerga a possibilidade da vacina que combata o novo coronavírus (Covid-19) ser finalizada até o fim do ano. O CEO da farmacêutica, Pascal Soriot, afirmou, nesta quinta-feira (10), que o progresso da revisão de segurança do medicamento determinará o cronograma da vacina.

Segundo ele, entretanto, a AstraZeneca ainda espera uma série de informações que podem ser levantadas pelos reguladores para a aprovação da vacina até o fim de 2020. “Ainda poderíamos ter uma vacina até o final deste ano, no início do próximo”, afirmou Soriot.

Na entrevista virtual a jornalistas, o executivo disse que a fabricação para a distribuição global do medicamento deve estar concluída no começo de 2021, com a possibilidade de distribuir a vacina para todas as regiões do mundo ao mesmo tempo. A parceria AstraZeneca-Oxford fechou acordos com vários países, fabricantes e outras instituições em todo o planeta para ajudá-la na fabricação e distribuição do imunizante.

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Um comitê independente está analisando possíveis preocupações de segurança relacionadas ao voluntário que acabou contraindo uma rara doença inflamatória chamada mielite transversa em um dos testes da vacina. O medicamento, que a AstraZeneca licenciou de Oxford, é um dos processos mais avançados em todo o Ocidente. Antes da paralisação, a empresa havia dito que poderia ter dados suficientes para a aprovação dos reguladores já em outubro.

O CEO da farmacêutica disse, porém, que a companhia ainda não tem um diagnóstico para o voluntário que acabou adoecendo. “Estão sendo feitos mais exames no paciente, na pessoa que desenvolveu os sintomas. (…) Você tem que fazer uma série de testes, e você tem que ter tempo”, afirmou.

Paralisação em testes da vacina é comum

Após a informação da paralisação dos testes vir à tona, a farmacêutica descreveu a pausa como “ação de rotina que deve acontecer sempre que houver uma doença potencialmente inexplicada em um dos ensaios”. “Em grandes ensaios, as doenças acontecem por acaso, mas devem ser revistas de forma independente para verificar isso cuidadosamente”, completou a AstraZeneca.

A empresa salienta que é comum que testes de vacinas sejam interrompidos. Inclusive, os trabalhos da parceria AstraZeneca-Oxford já haviam sido interrompidos anteriormente, em julho, e a empresa “espera mais pausas antes de terminar”.

Na última quarta-feira (9), o jornal britânico “Financial Times” disse que os testes já poderiam ser retomados na próxima semana. De acordo com informações do jornal, o grupo envolvido nos ensaios clínicos está acelerando a revisão sobre o que pode ter causado a reação adversa em um dos testes da vacina.

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Jader Lazarini

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