Argentina tem vantagem no mercado de carnes em acordo UE-Mercosul

No acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul, a Argentina pode ser o país com maiores vantagens, pelo menos no quesito ‘mercado de carnes’. Se os países exportadores do Mercosul realmente receberem uma injeção de capital, os argentinos ficarão com grande porção das cotas de exportação de carne bovina. Sendo assim, terão uma diminuição nos impostos e ainda contarão com tarifa zero.

O Brasil, principal exportador de carnes do mundo, terá acesso apenas a uma cota de aproximadamente 38,5 mil toneladas, enquanto a Argentina ficará com 50 mil. Em seguida, Uruguai e Paraguai terão 20,4 mil toneladas e 5,7 mil, respectivamente.

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O Brasil recebeu cerca de US$ 705 milhões em exportações de carnes dos frigoríficos nacionais para a União Europeia. Dessa forma, em quantidade, o total de vendas dos produtos ao bloco europeu, ultrapassou as 117 mil toneladas. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e foram levantados pelo ministério da Agricultura.

Por sua vez, a Argentina exportou um total de 47 mil toneladas de carne aos europeus, totalizando US$ 490 milhões em valores vendidos.

A Argentina já possui uma vantagem nas exportações para a UE. Com o acordo entre o bloco europeu e o Mercosul, esse benefício será ainda maior. Isso porque os vizinhos latinos têm uma vantagem referente a cota Hilton, que, por conta da tradicional qualidade da carne, já permite que os produtos argentinos entrem na União Europeia com tarifas reduzidas. Sendo assim, com o recente acerto econômico, essa mesma cota terá os impostos eliminados.

A tarifa da cota Hilton é de 20%, hoje em dia. A Argentina é o país que possui a maior parte dela, sendo 30 mil toneladas por ano. Já o teto para o Brasil é de 10 mil toneladas.

Setor privado

Em relação a diminuição das tarifas que o acordo possibilita, no setor privado, Marfrig e Minerva têm a melhor colocação no mercado. Na Argentina, as duas marcas figuram entre as mais fundamentais dos frigoríficos. Entretanto, em 2017, a JBS, maior produtora de carne bovina do mundo, parou com as atividades em países do Mercosul, exceto no Brasil.

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Juliano Passaro

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