Argentina elevará tributação em exportações de carne bovina, diz Marfrig

O vice-presidente de finanças e de relações com investidores da Marfrig Global Foods, Marco Spada, afirmou, nesta terça-feira (12), que a Argentina deve aumentar a tributação sobre exportações de carne bovina.

Contudo, segundo Spada, a taxação não será tão prejudicial quanto a que vigorou no governo de Cristina Kirchner. Na época, a produção de carne bovina na Argentina foi desestimulada, e os frigoríficos obtiveram prejuízos.

Spada afirmou: “estamos bem confiantes de que a situação vai permanecer positiva (na Argentina)”. A recente desvalorização do peso, os frigoríficos da Argentina tiveram rentabilidade bastante positiva.

Ainda durante a teleconferência, o executivo responsável pelas operações da Marfrig na América do Sul, Miguel Gularte, afirmou que o preço do gado na Argentina é cotado em peso, tornando bastante competitivo o animal que tem sua carne diretamente relacionada à exportação.

Rentabilidade dos títulos na Argentina

Após a vitória do candidato da esquerda, Alberto Fernández, na eleição presidencial, a rentabilidade dos títulos argentinos lastreada no dólar recuaram no dia 28 de outubro. O papel público internacional, com vencimento em 2028, caiu US$ 1,3 centavo, chegando a US$ 39,33 centavos, seu menor nível desde o início do mês.

Saiba mais: Rentabilidade de títulos da Argentina cai após vitória de Fernández

A eleição presidencial do país, realizada no dia 27, representa a volta do governo de esquerda ao país vizinho, fortemente atingido por uma crise econômica.

Com cerca de 93,55% das urnas apuradas, Fernández teve aproximadamente 48% dos votos, contra cerca de 40% de Mauricio Macri – na Argentina, caso um candidato obtenha 45% ou mais no primeiro turno, é decretada a vitória.

“O resultado foi amplamente antecipado e não tem muita relevância se Macri teve um desempenho melhor do que o esperado”, afirmou Gabriel Sterne, chefe de macro-pesquisa global da Oxford Economics, à agência “Reuters”.

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Os resultados das eleições primárias já demonstravam uma ampla vantagem à Fernández. No dia seguinte às primárias, 12 de agosto, a bolsa argentina caiu 34,14%, o peso argentino desvalorizou-se mais de 30% na paridade com o dólar e, dias depois, o Banco Central da Argentina teve de intervir na economia

Rafael Lara

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