Argentina: país registra déficit primário de US$ 60,65 milhões

A Argentina registrou em janeiro deste ano um déficit primário de US$ 60,65 milhões (R$ 269,29 milhões).

O resultado é muito inferior quando comparado ao obtido no mesmo período do ano passado. No mesmo mês em 2019, a Argentina registrou um superávit primário de US$ 268,26 milhões (R$ 1,2 bilhões).

De acordo com o ministro da Economia de Buenos Aires, Martin Guzmán, a decaída no resultado das contas públicas em janeiro é fruto de “um impulso em investimento social durante o início do ano”.

As receitas totais cresceram 40,3% na base anual, chegando a US$ 6,37 bilhões. O gasto primário, entretanto, subiu em um passo superior, de 50,6%, alcançando US$ 6,43 bilhões. Esse resultado revela uma aceleração dos gastos em relação a dezembro do ano passado.
“Cerca de 80% deste incremento interanual é explicado pelas prestações da seguridade social, que avançaram 49,3%”, declarou o Ministério da Economia.
Em resposta, o presidente argentino Alberto Fernández citou medidas sociais promovidas seu governo. Entre elas, foram mencionados o bônus de 5 mil pesos conferido a quase 4,5 milhões de aposentados e pensionistas. Além do programa contra à fome que criou cartões alimentícios, uma das primeiras medidas anunciadas pelo presidente ao assumir o cargo.
Segundo informações do Ministério da Economia, as duas medidas representaram desembolsos de cerca de US$ 410 milhões. Sem estes os gastos fiscais teriam crescido em sintonia com as receitas públicas.

A crise fiscal na Argentina

Segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec), a inflação na Argentina chegou a 53,8% em 2019. A porcentagem é o mais elevada desde 1991.

Saiba mais: Argentina fecha 2019 com inflação de 53,8%, maior valor desde 1991

Somente em dezembro, a inflação na Argentina aumentou 3,7% em relação ao mês anterior.

Em 2018, o avanço dos preços no país vizinho foi de 47,6%. A Argentina possui uma das inflações mais altas do mundo, sendo a segunda maior da América Latina, somente atrás da Venezuela.

Para tentar reduzir a alta, o governo argentino realizou um plano de paridade cambial entre o peso e o dólar em 1991. Naquele ano, a inflação chegou a 84%.

No entanto, o plano de paridade entre as duas moedas levou o país a uma crise econômica. Por conta disso, a Argentina declarou moratória de US$ 100 bilhões em 2001, quando o plano foi encerrado.

Arthur Guimarães

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