Argentina busca conter o uso do termo “moratória” no país

O jornal “Clarín”, da Argentina, publicou na última quinta-feira (29) que o presidente Mauricio Macri teria feito um pedido para os membros de seu governo evitarem as palavras “default” e “moratória” no momento.

Além disso, Macri também teria pedido para que só a equipe econômica da Argentina falasse sobre o assunto. A ideia é salientar e impôr na mídia que os pagamentos apenas serão feitos em um prazo maior, para ‘garantir a estabilidade econômica’.

O governo argentino também teme que seguros de crédito entrem em cena e façam com que o país obtenha novos gastos, caso seja identificada oficialmente uma falha no pagamento.

Risco-país aumenta após 14 anos

O mercado da Argentina tem repercutido negativamente a declaração de moratória ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A moeda do país vizinho está recuando e o risco-país chegou a atingir o nível mais alto em 14 anos.

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Na última quinta-feira (29), o peso argentino chegou a registrar queda de 3% e o risco-país avançou para o patamar mais alto desde 2005, com aumento de 48 pontos-base para 2.037. Desde as eleições primárias, que ocorreram no dia 11 de agosto, o peso registrou perda de 19,5% de seu valor em relação ao dólar.

Entenda o caso

Na última quarta-feira (28), o presidente da Argentina declarou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a moratória em relação aos vencimentos da dívida da Argentina de US$ 56 bilhões, que começarão em 2021, em uma tentativa de aliviar o mercado cambial.

Veja também: S&P rebaixa rating da Argentina para default seletivo 

O ministro da Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, afirmou que apenas 15% das dívidas de curto prazo seriam quitadas no período combinado. Dessa forma, os outros 85% de investidores institucionais e pessoas jurídicas terão o pagamento atrasado de três até seis meses.

Após o anúncio do governo da Argentina sobre o pedido de moratória, houve uma intensa mudança no mercado global. Entretanto, no Brasil os reflexos foram diminuídos por conta do anúncio positivo do PIB nacional e a redução na tensão da guerra comercial entre EUA e China.

Juliano Passaro

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