Arábia Saudita corta pela metade produção de petróleo após incêndios

A Arábia Saudita cortou pela metade sua produção de petróleo após duas instalações da Aramco terem sido atacadas por drones neste sábado (14).

A empresa reduziu aproximadamente cinco milhões de barris diários de petróleo após o ataque em Abqaiq. A Arábia Saudita produz cerca de 10 milhões de barris diariamente.

O ataque de hoje representa o maior dos últimos 10 anos contra a infraestrutura da Arábia Saudita, de acordo com a agência Bloomberg. A vulnerável rede de campos, portos e dutos corresponde por 10% da produção mundial de petróleo.

A rede de noticias “Al Jazeera” lembrou que a base atacada neste sábado já havia sofrido em fevereiro de 2006, quando homens-bomba da Al Qaeda tentaram, sem sucesso, explodir o complexo petrolífero.

Segundo a Aramco, as proximidades do campo de petróleo Khurais também foram alvos dos drones. O campo está a cerca de 160 quilômetros da capital da Arábia Saudita, Riad e tem reservas estimadas acima de 20 bilhões de petróleo.

U.S. Ambassador John #Abizaid: “The U.S. strongly condemns today’s drone attacks against oil facilities in Abqaiq and Khurais. These attacks against critical infrastructure endanger civilians, are unacceptable, and sooner or later will result in innocent lives being lost.” pic.twitter.com/ZzDTNUz2Ik

— U.S. Mission to KSA (@USAinKSA) 14 de setembro de 2019

No twitter, John Abizaid, embaixador dos EUA na Arábia Saudita, declarou que: “Os EUA condenam fortemente o ataque de drones realizado hoje contra instalações de petróleo em Abqaiq e Khurais. Os ataques contra estes complexos colocam em perigo os civis, e são inaceitáveis, cedo ou tarde resultarão em perdas de vidas inocentes”.

Ataque de drones contra instalações de petróleo

Duas instalações da Aramco, empresa de petróleo da Arábia Saudita, sofreram um incêndio neste sábado (14). A causa apontada foi o ataque de drones nas bases de petróleo.

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De acordo com o Ministério do Interior Saudita, o fogo na base de petróleo está controlado e, apesar do governo saudita não ter mencionado suspeitos, o grupo rebelde houthis, do Iêmen, declarou que os ataques envolveram dez drones.

Durante uma guerra civil, em 2014, os houthis assumiram o controle de Sanaa, a do Iêmen. Desde então, os sauditas tem liderado uma coalizão tentando combater os rebeldes com o intuito de retirá-los da região e reinstalar um governo apoiado pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, entre outra potências.

Saiba mais: Bases de petróleo na Arábia Saudita sofrem incêndio

De acordo com a Arábia Saudita e os Estados Unidos, os houthis são armados e financiados pelo Irã. A acusação foi negada por Teerã.

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Segundo as autoridades sauditas e americanas, o Irã estaria querendo atingir a estrutura de petróleo da Arábia Saudita usando, por exemplo, minas para danificar petroleiros sauditas no Golfo de Omã em maio deste ano.

Por sua vez, Teerã nega ataques a alvos sauditas, ou que coordenou o grupo houthis nos ataques que atingem o petróleo dos sauditas.

Rafael Lara

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