Apple paga multa de US$ 500 milhões por desempenho de iPhones

A Apple vai pagar uma multa de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) para arquivar uma ação coletiva. A gigante tecnologia norte-americana é acusada de piorar deliberadamente o desempenho dos iPhones mais antigos.

Segundo as acusações, a Apple teria levado adiante essa prática para forçar os clientes a substituir seus iPhones com aparelhos mais novos. A ação coletiva era uma das maiores disputas judiciais envolvendo a empresa fundada por Steve Jobs desde o lançamento do telefone, em 2007.

A atualização dos softwares introduzida no início de 2017 pela Apple teria reduzido o desempenho dos modelos de iPhones mais antigos. Entretanto, a Apple negou qualquer irregularidade e apenas aceitou o acordo para evitar o prolongamento da ação judicial e custos maiores.

Saiba mais: Apple registra aumento do lucro de 11,4% em US$ 22,2 bi

A Apple concordou em pagar aos proprietários de iPhone US$ 25 em dinheiro, com um mínimo de pagamentos de US$ 310 milhões e um limite de US$ 500 milhões. Entretanto, o pagamento por cada iPhone pode mudar, dependendo do número de dispositivos elegíveis.

Histórico de multas

Não é a primeira vez a que a Apple aceitou pagar multas para irregularidades. Em novembro, a empresa concordou em pagar uma multa de US$ 476 milhões ao governo dos Estados Unidos para encerrar uma ação judicial.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-1.png

De acordo com o governo norte-americano, a Apple realizou negociações com a empresa de software SIS, que foi banida nos Estados Unidos. A gigante norte-americana teria hospedado e vendido aplicativos da companhia eslovena.

As investigações indicam ainda que a gigante de Cupertino assinou um contrato com a SIS em 2008 e recebeu aproximadamente US$ 1,2 milhão por meio dos aplicativos baixados pelos usuários. Ademais, desde então, A Apple realizou pagamentos para a empresa de software.

Em contrapartida, a companhia estadunidense informou que descobriu somente em 2017 que a empresa havia sido banida pelo governo norte-americano. Além disso, a Apple salientou que denunciou e cooperou com as investigações.

A empresa eslovena foi banida pelo governo dos EUA em 2015. A medida ocorreu após uma série de acusações contra o sócio majoritário da SIS, Savo Stjepanovic. O executivo foi acusado de tráfico internacional de anabolizantes.

Apple registra lucro líquido de US$ 22,2 bilhões

A Apple informou no final de fevereiro que seu lucro líquido foi de US$ 22,2 bilhões (cerca de R$ 93 bilhões) no primeiro trimestre do ano fiscal de 2020. O período se encerrou no dia 28 de dezembro de 2019.

O lucro teve um aumento de cerca de 11,4% em relação aos US$ 20 bilhões registrados no mesmo trimestre do ano fiscal de 2019. Um resultado histórico para a Apple.

A receita da gigante de tecnologia também registrou uma alta recorde, em torno de 9%, alcançando US$ 92 bilhões. As operações fora dos Estados Unidos representaram 61% do total.

O CEO da Apple, Tim Cook, salientou como as receitas foram alavancadas pelo crescimento das vendas de iPhone 11 e iPhone 11 Pro, assim como dos resultados positivos com serviços e dispositivos vestíveis.

Saiba mais: Apple paga US$ 476 mi ao governo dos EUA para encerrar acusação

As vendas de iPhones representaram mais da metade da receita, passando de US$ 52 bilhões para US$ 56 bilhões na comparação entre os trimestres.

Por sua vez, a Apple informou que tem 480 milhões de assinantes de seus serviços, em comparação com os 360 milhões do mesmo período do ano anterior. Segundo Cook, a previsão é superar a meta de 500 milhões de assinantes em 2020 já no segundo trimestre do ano fiscal e 600 milhões de assinantes até o final do ano solar.

O diretor financeiro da companhia, Luca Maestri, informou que a geração de fluxo de caixa operacional foi de US$ 30,5 bilhões. As ações da Apple registraram uma alta de cerca de 3% após o encerramento regular das negociações na Bolsa de Valores de Nova York.

A receita prevista pela Apple para o trimestre do ano fiscal de 2020 que termina no final de março está previsto entre US$ 63 bilhões a US$ 67 bilhões.

Venda de iPhones em alta

A alta nas vendas de iPhones é uma boa notícia para a gigante de Cupertino, após um ano de queda na comercialização do produtoe queda do faturamento em 2019. No ano fiscal passado o faturamento foi de US$ 260 bilhões, em queda de 2% em relação ao ano anterior. Por sua vez, o lucro caiu 7%, em US$ 55,3 bilhões.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

Entre janeiro e setembro de 2019 as receitas oriundas das vendas de iPhones tiveram quedas de 15%, passando de US$ 128 milhões em 2018 para US$ 109 milhões.

Apple preocupada com o coronavírus

A previsão da Apple foi influenciada pela incerteza gerada pelo surto de coronavírus na China. Muitos dos fornecedores do gigante de tecnologia estão localizados no gigante asiático. Uma das principais fornecedoras da Apple, a Foxconn, adiou a volta de seus funcionários por causa do surto do vírus.

Saiba mais: Coronavírus: banco prevê redução do PIB da China por conta da epidemia

Cook informou que a situação do vírus foi discutida em uma teleconferência com investidores.

As ações da Apple subiram apesar da receita com serviços da empresa, de 12,7 bilhões de dólares no trimestre, ter ficado abaixo dos 13 bilhões esperados por analistas. O faturamento, porém, foi maior que os 10,9 bilhões de dólares obtidos um ano antes.

Carlo Cauti

Compartilhe sua opinião