ANVISA proíbe venda de lotes de carne da Perdigão, marca da BRF

A ANVISA proibiu nesta quinta-feira (14) a venda de lotes de carne de frango da Perdigão. A decisão da agência foi tomada depois do recall voluntário da BRF (BRFS3), dona da marca. A preocupação é de que os lotes estejam contaminados com a bactéria Salmonella enteritidis.

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Na última quarta-feira (13) a BRF anunciou um recall voluntário de lotes de carne de frango. No total, foram retiradas do mercado 164,7 toneladas de carne de frango distribuídas no Brasil e 299,6 que seriam destinadas ao exterior.

A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi publicada no Diário Oficial da União.

Recall preventivo de lotes

A BRF tinha informado a informou a ANVISA e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). sobre a retirada da carne de frango. Além disso, a empresa enviou um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o caso.

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“A bactéria Salmonella não resiste ao tratamento com calor. Ou seja, os processos tradicionais de cozimento são suficientes para eliminar qualquer potencial perigo causado pela presença da bactéria”, informou a BRF em comunicado.

Dentre os produtos recolhidos pela empresa, estão:

  • 164,7 toneladas de carne de frango in natura destinadas ao mercado doméstico;
  • retirada preventiva de aproximadamente 299,6 toneladas destinadas ao mercado internacional.

A carne foi produzida nos dias 30 de outubro de 2018 e 05, 06, 07, 09, 10 e 12 de novembro de 2018, na unidade de Dourados (MS).

De acordo com o jornal o “Estado de S. Paulo”, no mercado local, os produtos de carne de frango são:

  • cortes congelados de coxas e sobrecoxas;
  • meio peito sem osso e sem pele;
  • filezinho (sassami);
  • miúdos/coração;
  • e filé de peito.

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Recolhimento voluntário

A empresa informou que “a decisão de recolher todos os lotes, ao invés de partes da produção afetadas, segue o princípio da precaução e o compromisso da BRF com Segurança Alimentar, Qualidade e Transparência”.

O recall ocorre cerca de um ano após a deflagração da Operação Trapaça, investigação iniciada pela Polícia Federal (PF). A operação também apura supostas fraudes cometidas por ex-funcionários da BRF para burlar os testes de salmonela. 

A Operação Trapaça levou a União Europeia (UE) a proibir a BRF de exportar carne de frango em seu território. Por causa da operação, a BRF estaria negociando um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPU) e Controladoria-Geral da União (CGU). Esse seria o primeiro acordo em que uma empresa reconhece sua responsabilidade em crimes contra a saúde pública.

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A BRF também informou que iniciou o inventário de recolhimento dos produtos em rota. Além disso, também mapeia produtos que estão juntos aos clientes no mercado interno e externo.

A empresa destacou que um grupo de especialistas investiga as origens “deste único caso para garantir a adoção das medidas apropriadas para evitar recorrência”.

Quanto à produção em Dourados, segue “sob um processo rigoroso de manutenção e liberação dos produtos para assegurar que a ocorrência foi pontual e não se repetirá”, informou em nota a BRF.

Carlo Cauti

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