Antitruste da Itália abre investigação contra 5 empresas da Amazon

As autoridades antitrustes da Itália começaram nesta terça-feira (16) uma investigação sobre 5 empresas da Amazon. A acusação é oferecer benefícios a vendedores terceirizados somente caso eles assinassem também os serviços logísticos oferecidos pela empresa.

Entre as acusações contra a Amazon está aquela de possível abuso de posição dominante no mercado de comércio eletrônico e de serviços de logística. O antitruste italiano considera a empresa de Jeff Bezos poderia ter “discriminado” os empresários que não aceitavam se submeter a essa condições.

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Por isso, a Amazon estaria desfrutando “indevidamente” sua própria posição dominante no mercado dos serviços de intermediação nas plataformas de comércio eletrônico. O objetivo seria restringir “significativamente” a concorrência no mercado dos serviços de gestão de estoques e de postagem de ordens para os operadores de comércio eletrônico. Uma prática que teria gerado um prejuízo para os consumidores finais.

As empresas investigadas pela Autoridade garante da concorrência do mercado (AGCM) são:

  • Amazon Services Europe
  • Amazon Europe Core
  • Amazon EU
  • Amazon Italia Services
  • Amazon Italia Logistica

Saiba mais: Amazon sofre pressão e desiste de erguer segunda sede em Nova York 

A AGCM informou ter realizado inspeções em algumas das empresas da Amazon envolvidas na investigação. A polícia tributária italiana auxiliou nessas ações. A investigação será encerrada até 15 de abril do próximo ano e poderia resultar em uma autuação contra a gigante norte-americana do varejo.

Saiba mais: Amazon não pagará impostos ao governo dos Estados Unidos 

A Amazon negou as acusações e informou que está “cooperando plenamente com a autoridade”.

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Série de problemas

A gigante do varejo dos EUA está enfrentando uma série de problemas e desgastes de imagem.

Em meados de março, a empresa foi forçada a desistir da construção de sua segunda sede em Nova York. Fortes pressões de políticos locais motivaram a decisão. A gigante do comércio eletrônico estimava criar 700 vagas na cidade até o fim de 2019.

A empresa está sendo fortemente criticada por não pagar impostos federais nos Estados Unidos. O órgão que cuida de questões fiscais nos EUA, o Institute of Taxation and Economic (ITEP), autorizou a gigante não pagar impostos em território norte-americano. Uma isenção legal, garantida por complicada engenharia tributária. Entretanto, esse posicionamento gerou protestos e mal estar na mídia e nas redes sociais.

Além disso, em muitos países, principalmente europeus, a Amazon está sendo acusada de pagar salários baixos demais para seus funcionários. Além de forçá-los a jornadas de trabalho extenuantes.

Amazon volta a ser empresa mais valiosa dos EUA

A Amazon ultrapassou a Microsoft como empresa mais valiosa dos Estados Unidos no mês passado. O topo mudou quando ações da gigante do varejo  cotadas na Nasdaq, em Nova York, atingiram um valor de mercado de US$ 796,5 bilhões. Os papeis da empresa de Bill Gates fecharam a US$ 102,20, alcançando um valor de mercado de US$ 784 bilhões.

Carlo Cauti

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