Amazon quer usar lojas nos shoppings dos EUA como centros de logística

A Amazon (NASDAQ: AMZN) está negociando com a maior rede de shoppings dos EUA, Simon Property Group, para utilizar o espaço das lojas de departamento como centros de logística da empresa. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (10) pelo jornal “The Wall Street Journal”.

A Simon Property Group tem explorado com a Amazon a possibilidade de transformar algumas das lojas de departamentos controladas pelo proprietário em centros de distribuição da Amazon, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. A Amazon normalmente usa esses depósitos para armazenar de tudo, desde livros e suéteres a utensílios de cozinha e eletrônicos, para realizar a entrega aos clientes locais.

As negociações se concentraram na conversão de lojas anteriormente ou atualmente ocupadas pela J.C. Penney Co. Inc. e pela Sears Holdings Corp., disseram essas pessoas. As redes de lojas de departamentos realizaram pedidos de falência (bankruptcy), e, como parte de seus planos, fecharam dezenas de estabelecimentos em todo o país. Os shoppings da Simon têm 63 lojas Penney e 11 Sears, de acordo com seu relatório público mais recente.

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Não ficou claro quantas lojas estão sendo consideradas para a Amazon, e é possível que os dois lados não cheguem a um acordo, disseram pessoas informadas sobre o assunto.

As negociações refletem a intersecção de duas tendências anteriores à pandemia, mas que foram aceleradas por ela:

  • o declínio dos centros comerciais físicos;
  • e o boom do comércio eletrônico;

Os shoppings lutaram por anos, à medida que mais clientes ficavam em casa para fazer compras online. A disseminação do coronavírus (covid-19), que forçou os shoppings a fecharem temporariamente e limitou suas multidões mesmo após a reabertura, piorou a situação. Enquanto isso, a Amazon foi capaz de enfrentar novos desafios logísticos durante o Covid-19 e recentemente registrou seu melhor trimestre de todos os tempos.

Para a Amazon, um acordo com a Simon seria consistente com seus esforços para adicionar mais centros de distribuição perto de áreas residenciais para diminuir o tempo de entrega.

No entanto, ter um centro de distribuição da Amazon ainda pode encontrar barreiras legais pelo caminho. Ainda assim alguns proprietários dizem que até mesmo esse cenário seria preferível a manter aquele espaço enorme vazio.

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Ao mesmo tempo, outros inquilinos de Simon culpam o gigante varejista online por interromper gravemente suas atividades. Sua presença como um novo vizinho provavelmente não seria pacífica para os competidores, especialmente se os novos recursos de distribuição da Amazon em shoppings bem localizados ajudassem a torná-la ainda mais eficiente.

Daniel Guimarães

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