Airbus pode fechar acordo e pagar 3 bilhões de euros em multas

A Airbus, sediada na França, está perto de encerrar uma investigação de propina e corrupção após um acordo com os órgãos reguladores do Reino Unido, França e Estados Unidos. A multinacional terá que arcar com penalidades bilionárias.

De acordo com o jornal “Valor Econômico”, o acordo deve ser selado nos próximos dias. As multas de mais de 3 bilhões de euros (R$ 13,9 bilhões) estão sendo analisadas pelos órgãos dos três países.

O acordo que será fechado pela Airbus marcará uma importante vitória para o Serious Fraud Office (SFO, na sigla em inglês), do Reino Unido. O SFO é um departamento autônomo do governo britânico, atrelado ao Ministério da Justiça, que vem de uma série de insucessos em julgamentos.

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Segundo o previsto em termos de acordos de declaração de culpa, as empresas que acatam os termos fazem com que não seja aberto um processo penal. Isso é possível desde que a empresa se comprometa em reformular radicalmente seus negócios e arcarem com uma sanção pecuniária.

Até o momento, o SFO concluiu seis acordos de suspensão de um processo penal, mas passou a ser monitorada de perto por não ter condenado altos executivos das companhias envolvidas.

Mudanças na Airbus

Para a companhia aérea, as negociações irão marcar o término de uma investigação de corrupção que perdurou durante quatro anos, custando o emprego de alguns altos executivos, embora estes não tenham sido julgados. O Conselho de Administração considerou que a companhia teria mais chances de vitória caso a equipe diretiva fosse alterada.

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Esse movimento foi impulsionado pelo fato de que alguns dos maiores executivos estavam próximos da aposentadoria, como é o caso de Tom Enders, ex-executivo-chefe, e Fabrice Brégier, ex-diretor-operacional, que saíram da companhia no segundo trimestre de 2019.

A empresa refez amplamente seus procedimentos de ética e de conformidade, criou um grupo especial independente de revisão formado por técnicos externos, além de o número de agentes de terceiros usados para garantir negócios.

A investigação foi iniciada em 2016 pelo órgão britânico, depois de que a companhia europeia revelou ter descoberto alterações em informes de resultados sobre consultores de terceiros em determinadas negociações.

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A Parquet National Financier, órgão regulador da França, abriu o processo em 2017, enquanto o Departamento de Justiça dos Estados Unidos iniciou as investigações em 2018.

É esperado que o SFO abra acusações contra pessoas físicas no caso atrelado à GPT, subsidiária da Airbus, que está sob investigação há oito anos.

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Jader Lazarini

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