Aeroportos: Governo arrecada R$ 2,377 bi em leilão dominado por estrangeiros

O governo federal arrecadou R$ 2,377 bilhões com a concessão de 12 aeroportos, cujo leilão, realizado nesta sexta (15) foi dominado por empresas estrangeiras. A informação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O valor é superior ao mínimo fixado pelo edital do leilão dos aeroportos em R$ 2,158 bilhões. O ágio médio foi de 986%. O valor de investimento nos aeroportos, esperado com o leilão, é de R$ 3,5 bilhões nos próximos 30 anos – vigência dos contratos.

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Essa foi a quinta rodada do leilão, que concedeu terminais divididos em três blocos: Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Cada um é composto dos seguintes terminais:

  • Nordeste: Recife (PE); Maceió (AL); João Pessoa (PB); Aracaju (SE); Juazeiro do Norte e Campina Grande (PB)
  • Sudeste: Vitória (ES) e Macaé (RJ)
  • Centro-Oeste: Cuiabá (MT); Sinop (MT); Rondonópolis (MT) e Alta Floresta (MT)

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Confira quais empresas levaram cada bloco e quanto foi ofertado por cada um:

  • Bloco Nordeste: espanhola Aena (R$ 1,9 bilhão; ágio de 1.010,69%)
  • Bloco Sudeste: suíça Zurich (R$ 437 milhões; ágio de 830,15%)
  • Bloco Centro-Oeste: consórcio Aeroeste, formado por Socicam e Sinart (R$ 40 milhões; ágio de 4.739,38%)

O bloco Nordeste era considerado o principal do leilão e tinha um lance mínimo de R$ 171 milhões, além de ter sido o mais disputado (seis concorrentes). No fim, foi arrematado por R$ 1,9 bilhão, numa disputa entre a Zurich e a espanhola Aena, que saiu vencedora. O grupo suíço já administra no Brasil o aeroporto internacional de Florianópolis e tem participação no terminal de Confins (Belo Horizonte).

O menor dos três blocos era o Centro-Oeste, com valor mínimo de R$ 800 mil. O consórcio Aeroeste, formado por Socicam e Sinart, se sagrou campeão, por R$ 40 milhões. A Socicam, que detém 85% do consórcio, é conhecida por administrar terminais de ônibus. A rodoviária do Tietê, na capital paulista, está sob sua gestão, por exemplo.

Já o bloco Sudeste, segundo mais disputado (quatro concorrentes), foi arrematado pela Zurich, por R$ 437 milhões – contra o lance mínimo inicial de R$ 46,9 milhões. Apenas dois terminais fazem parte do bloco, em Vitória (ES) e em Macaé (RJ), que devem registrar um fluxo de 3,3 milhões de passageiros. A expectativa até o fim da concessão, no entanto, é de que essa movimentação alcance 8,2 milhões ao ano.

Leilão de 2020

O governo irá leiloar mais 22 aeroportos da Infraero em nova rodada prevista para acontecer em 2020.

A informação foi confirmada nesta quinta-feira (14) pela Secretaria de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura. Entre os aeroportos que o governo pretende leiloar, estão os terminais de Curitiba, Manaus e Goiânia.

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Segundo o governo, os blocos terão os seguintes terminais:

  • Bloco Sul: Curitiba, Bacacheri, Foz do Iguaçu, Navegantes, Londrina, Joinville, Pelotas, Uruguaiana e Bagé;
  • Bloco Norte: Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Boa Vista, Cruzeiro do Sul, Tabatinga e Tefé;
  • Bloco Central: Goiânia, São Luis, Teresina, Palmas, Petrolina e Imperatriz

Os aeroportos de Parnaíba, Piauí, e Paulo Afonso, na Bahia, podem entrar no bloco central. Porém, o governo negocia entregar os terminais para administração dos estados.

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Os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont vão permanecer sob a administração da Infraero, junto com outros 44 aeroportos. Os terminais de São Paulo e Rio de Janeiro só devem ser licitados na última rodada.

Guilherme Caetano

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