Confira 5 ações que mais valorizaram no 1° semestre de 2019

As ações cotadas nas Bolsas de Valores registram perdas e ganhos diários que dependem de vários fatores. Esse andamento representa uma desvalorização ou valorização do valor total de uma empresa. Diversos fatores como: a economia do país, cenário externo e a gestão da empresa influenciam as variações dos papéis.

Para avaliar o desempenho médio da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) é utilizado o índice Ibovespa que mede o andamento das ações mais líquidas. No total, fazem parte do principal índice da B3 68 ativos de 65 companhias.

A metodologia do indicador é definida pela própria B3 através de uma carteira teórica de ações, cuja composição é modificada periodicamente.

A escolha dos ativos que fazem parte deste índice é baseada em dois fatores:

  • liquidez
  • volume das ações

Para entender melhor o que ocorreu no Ibovespa na primeira metade de 2019, o SUNO Notícias inicia uma série sobre as ações que mais se valorizaram, desvalorizaram e as que mais pagaram dividendos.

O especialista de renda variável da SUNO Research, João Arthur, apontou quatro empresas do Ibovespa que mais se valorizaram no primeiro semestre de 2019.

Ações que mais se valorizaram

BTG

O BTG Pactual (BPAC11) é um banco de investimento brasileiro. É uma instituição controlada por uma sociedade de 156 executivos. O BTG Pactual entrou na carteira do Ibovespa no começo de setembro.

Saiba mais: B3 divulga nova carteira do Ibovespa com entrada do BTG Pactual

No dia 2 de janeiro de 2019, primeiro pregão do ano, as ações do BTG encerram sendo cotadas a R$ 24,90. Entretanto, no dia 27 de junho os papéis encerram em alta sendo negociados a R$ 56,29.

Desse modo, durante os primeiros seis meses, as ações da instituição registraram uma valorização de 121,65%.

No primeiro semestre o banco de investimento anunciou diversas novidades que deixaram o mercado positivo:

Entretanto, as ações do banco de investimento sofreram no segundo semestre de 2019, após a operação da Polícia Federal realizada no final de agosto. Naquela ocasião, o presidente do banco de investimento, André Esteves, foi alvo de um mandato de busca e apreensão em sua residência.

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Além de Esteves, a ex presidente da Petrobras, Graça Foster, também foi alvo da operação policial. A Polícia Federal atuou no âmbito da 64a fase da Operação Lava Jato, denominada “Operação Pentiti”, baseada na delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci.

CSN

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) é a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina, e uma das maiores do mundo.

Saiba mais: CSN registra lucro líquido de R$ 1,8 bilhão no 2T19, alta de 59%

No dia 2 de janeiro de 2019, as ações ordinárias da CSN encerram sendo cotadas a R$ 9,20. Entretanto, no dia 27 de junho os papéis encerram em alta sendo negociados a R$ 16,47.

Portanto, durante o período de seis meses, as ações da empresa siderúrgica brasileira registraram uma valorização de 98,32%. “A CSN é beneficiada com a expectativa de volta do consumo”, salientou João Arthur.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) divulgou seu balanço do segundo trimestre deste ano. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 1,894 bilhão, uma expansão de 59% em comparação com o de mesmo período no ano anterior.

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Quando comparado com o lucro líquido do primeiro trimestre deste ano, de R$ 87 milhões, o crescimento é equivalente a 2083%. Conforme a CSN esse aumento é “principalmente em função da reversão da provisão de IR/CS diferido em linha com a perspectiva de rentabilidade futura em aproximadamente R$ 1.615 milhões”.

Qualicorp

A Qualicorp (QUAL3) é a maior administradora de planos de saúde coletivos do Brasil. O Grupo foi pioneiro na estruturação dos planos coletivos por adesão.

No dia 2 de janeiro deste ano, as ações ordinárias encerraram o pregão sendo cotadas a R$ 14,48. Por sua vez, no dia 27 de junho os papéis encerram em alta sendo negociados a R$ 22,68. Durante o período de seis meses, a empresa registrou uma valorização de 85,08%.

Saiba mais: Qualicorp registra lucro de R$ 110 milhões no segundo trimestre; alta de 25%

De acordo com o João Arthur, as ações da administradora iniciaram o ano em baixa devido a gestão corporativa. No entanto, ao longo de 2019, a Qualicorp anunciou um aporte do grupo de hospital Rede Dor.

“A Qualicorp começou o ano muito desvalorizada devido a uma situação de má governança corporativa que o mercado parece ter deixado para trás. Além disso, o anúncio recente de um aporte do grupo rede Dor deu um impulso nas ações”, comentou o especialista da SUNO Research.

A administradora de planos de saúde coletivos do Brasil Qualicorp reportou seu lucro líquido trimestral na última terça-feira (13). O valor registrado entre os meses de abril e junho foi de R$ 110,1 milhões. Assim, a alta foi de 25% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O resultado operacional da Qualicorp ficou em R$ 246,7 milhões. Um avanço de 14,4% na comparação ano a ano. O resultado operacional é medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização).

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A receita líquida da companhia terminou o segundo trimestre com a marca de R$ 497,5 milhões. O resultado significa uma alta de 6,6% em comparação ao primeiro trimestre deste ano.

JBS

A JBS S.A (JBSS3) é uma das maiores indústrias de alimentos do mundo. A companhia opera no processamento de carnes bovina, suína, ovina e de frango. Além disso, comercializa produtos de higiene e limpeza.

Saiba mais: JBS se recupera pós “Joesley Day” e quer protagonismo de volta

No dia 2 de janeiro deste ano, as ações ordinárias encerraram o pregão sendo cotadas a R$ 12,04. Por sua vez, no dia 27 de junho os papéis encerram em alta sendo negociados a R$ 21,09. Durante o período de seis meses, a empresa registrou uma valorização de 83,11%.

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Segundo o especialista, a valorização se deve a peste suína na China que afetou de 150 a 200 milhões de animais, uma perda de mais de 30% do mercado chinês.

“Além da melhora de estrutura de capital da empresa a companhia foi beneficiada sobretudo pela ocasião de um grande abate de porcos na China devido a epidemia de peste. Isto eleva a demanda de importação de carne brasileira, que se refletiu nas ações da JBS”, ressaltou João Arthur.

MRV

A MRV Engenharia (MRVE3) é uma empresa do setor de construção de edifícios residenciais com o maior lucro na América Latina, segundo a consultoria Economática.

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No dia 2 de janeiro deste ano, as ações ordinárias encerraram o pregão sendo cotadas a R$ 12,64. Por sua vez, no dia 27 de junho os papéis encerram em alta sendo negociados a R$ 19,57. Durante o período de seis meses, a empresa registrou uma valorização de 61,76%.

De acordo com o especialista, a alta valorização se deve a queda na taxa básica de juros (Selic). Pois o setor de construção civil utiliza muito capital, portanto precisa tomar dívidas.

“A queda do juros reduz a despesa financeira da empresa além de tornar mais fácil para o consumidor financiar o seu imóvel. Esta boa expectativa para o setor se refletiu na valorização das ações da MRV que entre as empresas de construção está entre as que possuem o melhor histórico operacional”, salientou João Arthur.

Investir mas com cuidado

Antes de qualquer investimento em ações é importante ressaltar que quitar as dívidas deve sempre ser a prioridade. Os analistas da SUNO Research sempre salientam que é necessário antes poupar dinheiro para depois investir, e nunca se endividar para investir ou investir endividado.

Poliana Santos

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