Ações da Saudi Aramco são pressionadas pelas tensões geopolíticas

Os papéis da petroleira Saudi Aramco já caíram aproximadamente 10% desde seu maior patamar registrado logo após sua oferta pública inicial de ações (IPO). O agravamento das tensões entre Estados Unidos e Irã, depois do ataque americano que matou o general iraniano Qassem Soleimani, não colaborou com as ações da estatal saudita.

Apesar do preço do petróleo ter avançado desde a última sexta-feira (3), assim como as ações da maioria das petroleiras ocidentais, os papéis da Saudi Aramco não responderam positivamente.

Enquanto na primeira semana do ano as ações da Royal Dutch Shell subiram 3,4%, as da BP cresceram 5,5% e as da Exxon avançaram 1,6%, enquanto os da Saudi Aramco caíram 2%.

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O movimento negativo sobre os preços das ações da maior empresa da Arábia Saudita deve-se ao maior risco geopolítico, com suas instalações localizadas no Oriente Médio. O mercado está preocupado com possíveis novos ataques às instalações da Saudi Aramco, afirmou Russ Mould, diretor de investimento da corretora AJ Bell, segundo o jornal “Valor Econômico”.

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De acordo com Mould, existe a percepção de que há maiores riscos associados a ações militares na região onde a companhia saudita opera. No início de setembro, a Saudi Aramco sofreu um ataque que debilitou duas de suas instalações, elevando em US$ 8 o preço do barril de petróleo em apenas um dia.

Além disso, o especialista salientou que a tensão no Oriente Médio pode afetar a decisão da gigante saudita de realizar uma oferta secundária de ações (follow-on) futuramente.

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A maior exposição a este risco geopolítico deixa as ações da Saudi Aramco menos atraentes que as de outras petrolíferas localizadas no Oriente, segundo Bjarne Schieldrop, analista de commodities da empresa de pesquisas SEB.

Jader Lazarini

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