Ações da Oi caem cerca de 8% após prejuízo trimestral

As ações da Oi obtiveram significativa queda nesta terça-feira (27). O fato ocorre após a divulgação do balanço do último trimestre de 2018, bem como o acumulado do ano.

Na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), os papeis da Oi fecharam a:

  • ações ordinárias (OIBR3): baixa de 8,84% a R$ 1,65.
  • ações preferenciais (OIBR4): baixa de 7,18% a R$ 1,68.

A Oi registrou um lucro líquido consolidado de R$ 24,616 bilhões no ano de 2018, revertendo o prejuízo de R$ 6,656 bilhões aferido em 2017. A empresa divulgou seu balanço na última terça-feira (26).

No trimestre, porém, os resultados foram amargos. A Oi teve prejuízo líquido de R$ 3,343 bilhões no acumulado dos três, uma alta de 48,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A Oi atribui os resultados aos “efeitos positivos resultantes da conclusão do processo de recuperação judicial, homologado em 5 de fevereiro de 2018″.

“Demos os primeiros passos na reestruturação da companhia, concluindo nos primeiros dias de 2019 o aumento de capital que injetou R$ 4 bilhões em nosso caixa para acelerar o plano de investimentos”, comentou o CEO da Oi, Eurico Teles.

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Oi avalia vender fatia da telefonia móvel e fixa

A Oi, maior concessionária de telefonia do país, tem planos de vender diversos ativos em 2019. Incluindo parte das operações de telefonia fixa e móvel. As informações são do jornal “O Globo”.

“Estamos explorando todos os ângulos de criação de valor, o que inclui também venda de ativos. Não vamos ter preconceito. Estamos numa fase preliminar de estudos estratégicos. Pode ser a venda da operação móvel, parte da móvel, parte da operação fixa, desde que gere valor e fortaleça a empresa. Podemos vender até a rede de cobre e de fibra ótica ou parte dela, como a parcela que está ociosa, uma prática comum do mercado”, afirmou o diretor financeiro da companhia, Carlos Brandão.

Dentre os outros ativos, estão:

  • seis mil quilômetros de fibra óptica em São Paulo;
  • cinco data centers espalhados pelo Brasil;
  • e um conjunto de 400 torres.

Ao jornal, o diretor financeiro disse que os objetivos, no momento, são:

  • canalizar os recursos para o aumento dos investimentos;
  • buscar compradores para os ativos no Brasil.

A Oi também pretende se desvencilhar de sua operação na Angola, cuja avaliação é de mais de US$ 1,1 bilhão.

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Reconstrução estratégica

Para Brandão, a companhia está em um momento de reconstrução de estratégia. Após investir R$ 6 bilhões em 2018, alta de 8% em relação ao ano anterior, a empresa mira investir outros R$ 7 bilhões em 2019.

Recentemente a Oi contratou o Bank of America Merril Lynch para assessoria no programa de desinvestimento. O intuito é iniciar os trabalhos com a instituição financeira em abril.

Também foi contratado o serviço de consultoria da Boston Consulting Group, em janeiro. A empresa deverá auxiliar no processo de revisão estratégica e a elaboração das diretrizes do plano de negócios.

“O foco da Oi será vender serviços para o consumidor final, para empresas e para o atacado, fornecendo rede para outras teles. É com essa fibra que vamos ofertar serviços de internet, TV e telefonia fixa. (…) A Oi já tem fibra na casa do cliente, em 27 cidades, e pretende chegar a mais de 60 no fim deste ano”, contou Brandão.

Quanto à possibilidade de fusão com a TIM, o executivo destacou que uma combinação dos negócios não depende apenas da empresa de telecomunicações carioca.

“Há elementos que não controlamos. A Telecom Italia (quem controla a TIM no Brasil) passa por mudanças. Mas é indiscutível o potencial de combinação de negócios entre as duas empresas. É algo que teríamos que trabalhar em conjunto com eles”, respondeu o diretor financeiro da Oi.

Amanda Gushiken

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