Ações da BRF e da Marfrig têm alta de 5% enquanto JBS cai no Ibovespa

As ações ordinárias ON das empresas de alimentos, todas componentes do índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, estão entre os destaques desta quinta-feira (13). Enquanto a BRF e a Marfrig tinham valorização, a JBS caía no fechamento:

  • BRF (BRFS3): alta de para 5,81% para R$ 28,57.
  • Marfrig (MRFG3): alta de para 4,45% para R$ 6,80.
  • JBS (JBSS3): queda de 2,62% para R$ 21,55.

Confira abaixo as possíveis causas.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-4.png

BRF e o mercado de carne halal

Conforme o “Valor Econômico”, o presidente-executivo da BRF, Pedro Parente, não quis falar com a Imprensa enquanto palestrava no World Chambers Congress. Contudo, teria mencionado “alternativas de crescimento não orgânicas” da empresa de alimentos.

Segundo a assessoria de comunicação do empresário, Parente referiu-se especificamente a parcerias futuras no mercado de carne halal. O aumento de produção para este mercado não deve ser feito por meio de aquisições. Pois isto elevaria o endividamento da companhia.

O consumo do mercado halal é feito por muçulmanos, que assim como cristãos e judeus, também seguem regras na alimentação. Deste modo, para que o alimento seja considerado halal é necessário que siga determinadas normas de fabricação. No caso de carnes, as regras dizem respeito à forma de abate.

“Para 2020, vamos combinar liderança, inovação e força financeira para voltar aos níveis históricos de margem do grupo em 2020. E, depois de 2021, a ideia é superar essas margens, trazendo alternativas de crescimento não orgânicas”, declarou Parente no evento.

Saiba mais – Brasil retornará a exportar carne bovina para China

Marfrig não deve exercer “put”

Ainda conforme o “Valor Econômico”, o maior acionista da Marfrig, Marcos Molina, demonstra confiança de que a opção de venda de ações detida pelos acionistas minoritários da subsidiária norte-americana National Beef (NB) não será exercida, caso a Marfrig complete a fusão com a BRF.

Tal opção de venda de ações é conhecida como “put“. De acordo com o economista da Suno Research, Tiago Reis, o put “confere ao seu titular o direito de vender a um determinado preço, um ativo específico que foi discriminado no ato do contrato. Esse contrato possui um tempo pré-determinado para o seu vencimento”.

No caso da empresa de alimentos, a cláusula faz parte do contrato firmado com os minoritários da NB em 2018. Quando a Marfrig adquiriu o controle da subsidiária norte-americana.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

A cláusula estabelece que o put será acionado quando qualquer indivíduo, que não seja Marcos Molina, sua esposa Maria Aparecida, seus filhos ou suas empresas afiliadas, tornar-se dono da maior parte do capital votante da National Beef ou da Marfrig. O put também é acionado caso Molina fique seis meses afastado do Conselho de Administração.

De acordo com fato relevante divulgado pela companhia quando anunciada a discussão de fusão das empresas, que se daria por meio da criação de uma joint-venture, as participações ficariam conforme:

  • 85% da BRF;
  • 15% da Marfrig.

Destes 15%, Molina seria responsável por 5,5%. No total, sua participação soma 36,43% na Marfrig.

Caso a nova empresa seja composta conforme estas condições, a joint-venture tornaria-se uma corporação. Ou seja, sem controlador.

Desta forma, Molina acredita que não haverá razão para a cláusula ser disparada, visto que a nova companhia não terá controlador. E não haverá troca de controle da Marfrig.

Saiba mais – BRF e Marfrig, gigantes dos alimentos, anunciam negociação de fusão 

J.P. Morgan corta recomendação da JBS e aumenta da BRF e da Marfrig

Analistas do J.P. Morgan cortaram a recomendação da JBS para neutra. Anteriormente, a recomendação era “overweight”. No caso das concorrentes, Marfrig e BRF, a recomendação foi elevada para “overweight”.

Brasil volta a exportar carne bovina para a China

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, publicou em sua conta do Twitter nesta data que as exportações de carne bovina para a China retornaram a ter aval.

Boa notícia: o embargo temporário da carne bovina brasileira para a China terminou.
Voltaremos a emitir os
certificados sanitários normalmente e continuar com nossas exportações para o país asiático.

— Tereza Cristina (@TerezaCrisMS) June 13, 2019

O Ministério da Agricultura suspendeu as exportações de carne bovina do Brasil para a China no último dia 3. A decisão foi tomada devido à confirmação de um caso atípico do “mal da vaca louca” em Mato Grosso. Na referida data, as ações da Minerva Foods (BEEF3), da Marfrig, da JBS e da BRF apresentaram baixa.

Amanda Gushiken

Compartilhe sua opinião