Balanços da semana

Ações em alta: mercados nos EUA têm melhor abril desde 1987

As ações dos EUA terminaram abril como o melhor mês desde janeiro de 1987, com uma alta de 13%, mesmo com a leve queda registrada nesta última quinta-feira (30) por causa da divulgação dos dados sobre o desemprego gerado pelo novo coronavírus (covid-19).

As ações registraram uma forte recuperação desde o ponto mais baixo da queda, no dia 23 de março. Naquele dia o S&P 500 fechou em 2.237 pontos, contra os 2.912 do dia 30 de abril.

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Sempre no dia 23 de março, o Federal Reserve (Fed) sinalizou que faria o que fosse necessário para salvar a economia norte-americana, devastada pela pandemia.

Por sua vez, as ações do Dow Jones Industrial Average fecharam o mês em 24345,72 pontos, obtendo um ganho de 11% em abril.

Ações em alta mas indicadores em queda

Todavia, os dados econômicos continuam decepcionantes, e os indicadores de gastos dos consumidores e desemprego interromperam a recuperação do mercado. E seja o S&P 500 que o Dow Jones permanecem em queda de 9,9% e 15%, respectivamente, no acumulado do ano.

O Departamento de Comércio dos EUA informou nesta quinta que os gastos do consumidor caíram 7,5% em março. Esse foi o maior declínio mensal nos registros desde 1959.

Os gastos dos americanos representam mais de dois terços da produção total e, portanto, têm um grande peso na economia dos EUA.

Além disso, o Departamento do Trabalho infirmou que os pedidos semanais de desemprego nos EUA atingiram 3,8 milhões na semana encerrada no dia 25 de abril, elevando o número total para mais de 30 milhões desde meados de março.

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Os dados de quinta-feira sinalizaram que os pedidos podem ter tendência de queda. Isso pois nas duas semanas anteriores, 4,4 milhões e 5,2 milhões de americanos solicitaram os benefícios, embora alguns observadores do mercado temam que uma segunda onda de demissões por coronavírus possa se materializar nos próximos meses.

Muitos investidores continuam preocupados com o tempo que será necessário para que milhões de pessoas possam voltar aos seus trabalhos. Ainda assim, o nível sem precedentes de intervenção do Fed, juntamente com medidas de estímulo do governo federal, ajudou a manter os mercados em alta após as fortes quedas de fevereiro e março.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 4,8% no primeiro trimestre deste ano, em sua primeira leitura. Esse é o pior resultado do PIB estadunidense desde a crise financeira mundial de 2008.

Economistas e investidores agora estão tentando determinar como será a recuperação dos EUA. Alguns estão apostando em uma retomada em forma de V – uma desaceleração acentuada e uma recuperação rápida.

Outros, no entanto, estão esperando para ver o que ocorrerá nas próximas semanas, especialmente depois que alguns estados dos EUA estão afrouxando as medidas de isolamento social essa semana.

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Enquanto isso, o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos caiu de 0,625% para 0,619%. Os rendimentos caem à medida que os preços dos títulos aumentam. Ou seja, uma maior demanda de títulos públicos dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo, levou à queda dos juros. Um sinal que muitos investidores ainda estão preferindo a renda fixa a voltar para o mercado de ações.

Carlo Cauti

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