A Seguir: A Estratégia de Bolsonaro e o Encontro entre Trump e Xi

O que deve movimentar a semana no Brasil

A estratégia Bolsonaro para aprovar reformas

No Brasil os avanços das indicações de ministros por Bolsonaro continuam avançando.

Até o momento o presidente eleito já indicou 13 nomes, incluindo pastas chaves como Privatizações, Edução e Saúde.

Por hora Bolsonaro decidiu abrir mão da política comumente adotada pelos governantes de realizar indicações políticas para a ocupação de cargos chaves em troca de favores na aprovação de medidas, e adota uma postura técnica, apostando no apoio suprapartidário do legislativo para aprovação das medidas.

Apesar de algumas lideranças partidárias demonstrarem ceticismo sobre a capacidade do futuro governo em aprovar medidas importantes, essa abordagem com maior ênfase técnica e apoios individualizados ou regionais, parece ser a escolha para conseguir cumprir as promessas de campanha.


Indicadores de confiança no mercado serão liberados

Nessa semana também teremos a liberação dos seguintes indicadores econômicos.

Na segunda-feira o índice de confiança do consumidor medido pela FGV será publicado, assim como o Boletim Focus.

Ambos os eventos refletem de certa forma em visões complementares sobre como o consumidor e o mercado se sentem em relação ao futuro do país.

Indicadores positivos demonstram maior confiança no desenvolvimento de políticas econômicas sólidas que serão positivas no futuro próximo, enquanto indicadores negativos tendem a mostrar que a confiança na capacidade do governo em aprovar as reformas necessárias é baixa.


Fluxo cambial indica confiança do investidor estrangeiro

Também será liberado nessa semana dados sobre o Fluxo Cambial estrangeiro no país.

O indicador é interessante para mostrar a visão de investidores estrangeiros a respeito do Brasil. Fluxos positivos tendem a demonstrar aumento da confiança, enquanto um fluxo negativo mostra preocupação com incertezas.

É preciso notar porém, que o cenário global colabora para um indicador negativo sem que isso tenha necessariamente relação com a situação especifica do Brasil, mas sim com o cenário macro global.


Taxa de desemprego e recuperação econômica

Por fim, na quinta-feira (29) teremos a liberação da taxa de desemprego.

A expectativa é que a taxa se mantenha abaixo de 12% (atualmente está em 11,9%) e confirme o cenário de recuperação econômica.

Uma leitura abaixo do esperado é positiva para o mercado brasileiro, visto que significa uma recuperação mais forte que o esperado, enquanto que uma leitura acima do esperado é negativa, pode indicar desaceleração ou mesmo reversão da recuperação vista recentemente.


O que deve movimentar o mundo essa semana

Encontro entre Trump e Xi, expectativa é baixa, mas existe espaço para surpresas

Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China) devem se encontrar nessa semana na cúpula do G-20 na Argentina.

Apesar das expectativas sobre o encontro serem de modo geral baixas, é potencialmente um ponto de partida de melhorias nas conversas entre os países sobre a recente escalada da guerra comercial entre ambos.

Uma simples indicação de disposição à conversas mais amigáveis sobre uma trégua poderiam ser uma positiva surpresa para o mercado de modo geral.


Finalmente um acordo no Brexit, mas futuro ainda é incerto

Enquanto isso, na Europa, o Brexit deve finalmente ver avanços. Após o endosso oficial da proposta de Teresa May, o Reino Unido deve deixar o bloco da União Europeia em março de 2019.

Porém a aceitação pacifica por parte da UE acabou criando conflitos entre a primeira ministra e membros pró-Brexit do seu governo que enxergam a aceitação como um sinal de que o acordo é benéfico para a UE e não para o Reino Unido.

Vários partidos já indicaram que devem votar contra o acordo proposto por May, que caso seja negado pode escalar na derrubada da Primeira Ministra do cargo e culminar em um Brexit sem acordo.


Série de pronunciamentos do FED devem indicar política monetária dos EUA no futuro próximo

Voltando aos EUA, Jerome Powell do FED fará um discurso em Nova York nessa quarta-feira (28). Além disso também devem fazer declarações públicas Richard Clarida (vice presidente do FED) e dos presidentes do Fed de Chicago e Atlanta.

A expectativa é que tais discursos confirmem a tendência de desaceleração da política de parto econômico com a alta dos juros no futuro.

Assim, apesar de um novo aumento dos juros americanos ainda ser esperado para essa ano, a expectativa é de que haja uma confirmação de que tais aumentos devem desacelerar no futuro próximo.


BC Europeu também deve dar indicativos sobre sua política econômica

Por fim, a Europa deve divulgar dados sobre a inflação no mês de novembro, com destaque para o relatório geral da Zona do Euro, e especificas da Alemanha, França, Espanha e Itália.

Apesar do BC europeu ter mantido sua política monetária inalterada na última reunião, evoluções sobre o Brexit, inflação e a situação fiscal da Italia, fazem com que as atenções se voltem a dois comunicados públicos que devem ser feitos por Mario Draghi (presidente do BC Europeu) nessa próxima semana.

A expectativa é que tais falas lancem luz sobre o futuro da política monetária na Zona do Euro e dêem maior clareza ao mercado.

João Vitor Chaves Silva

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