As 5 principais notícias do mercado internacional nesta segunda-feira

1. Negociações do Brexit

Estamos a menos de dois meses do momento em que o Reino Unido deve chegar a um acordo para romper sua participação na União Europeia. Até lá, a primeira-ministra do RU, Theresa May, tenta vender a ideia de um Brexit comercialmente amigável.

Para o principal negociador do Brexit do lado da União Europeia, Michel Barnier, as propostas da premier britânica podem significar “o fim do mercado único e do projeto europeu”.

As críticas não se limitam ao cenário exterior, e até mesmo antigos aliados dentro do governo britânico agora se voltam contra May. O ex-secretário de Relações exteriores, Boris Johnson, afirma que a estratégia da primeira-ministra para o Brexit representa um desastre para o Reino Unido.

Johnson, considerado por alguns no Partido Conservador como um potencial sucessor a Theresa May, renunciou em julho em protesto ao chamado Plano de Chequers.

2. Tensões no Comércio Internacional

A disputa comercial entre os EUA e seus principais parceiros continuará a movimentar os mercados enquanto durar, inclusive nesta semana.

O acordo entre Canadá e EUA para substituir o Nafta, após sucesso em negociações com o México, ainda não se concretizou, apesar de originalmente ter se estabelecido a sexta-feira passada como prazo. Os governos canadense e americano devem continuar a conversar nesta semana.

No Twitter, o presidente americano Donald Trump ameaçou o Canadá, dizendo que não há necessidade de manter o país no acordo, e ameaçou também cessar as negociações se o congresso americano interferir.

Investidores também devem manter-se alertas à disputa comercial entre os EUA e a China, atentos a mais notícias após informações de que Trump estaria preparado para impor tarifas sobre mais US$200 bilhões em bens chineses esta semana.

3. Preocupações com os mercados emergentes

As moedas de economias emergentes continuam preocupando investidores após fortes quedas na lira turca e no peso argentino no último mês, em meio a gestão econômica ineficiente, déficits e inflação.

A lira turca tem sofrido quedas desde julho, e abriu o mês de setembro continuando essa tendência e chegando a 6,73 por dólar. Enquanto isso, o rand sul-africano atingiu sua menor cotação em mais de dois anos, e a rúpia da Indonésia caiu para seu valor mais baixo desde a crise econômica do país há duas décadas.

O real também sofre neste cenário, com o dólar chegando a quase R$4,20 no final de agosto e encontrando-se agora na faixa de R$4,13.

A alta do dólar frente às moedas emergentes é causada, em parte, por preocupações de que o aumento nas taxas de juros dos EUA pressionariam países que tomaram grandes empréstimos em dólares nos últimos anos, realidade de muitas economias em desenvolvimento.

4. Quedas em bolsas mundo afora

Ações no mundo inteiro apresentaram queda hoje, em meio a preocupações com a instabilidade das moedas de países emergentes e o acirramento da guerra comercial entre EUA e China.

Pela terceira sessão seguida, os mercados asiáticos apresentaram queda. O Shanghai Composite, que perdeu 5,3% durante o útimo mês, fechou com um recuo de 0,2% para 2.720 pontos. Duas semanas atrás, o índice chinês atingiu a maior baixa em dois anos e meio, em 2.653 pontos.

Na Europa, a maioria das bolsas apresentaram leve queda.

5. Dia do Trabalho pausa mercados dos EUA

O feriado nacional norte-americano deve resultar em liquidez e volume menor nos mercados do mundo todo. Não haverá hoje pregão para os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq Composite.

Assim como as bolsas, os mercados de renda fixa também não estarão abertos, pausando a negociação de títulos do tesouro dos EUA.

Futuros de commodities de energia como o petróleo WTI também se encontram parados, então não haverá preço de liquidação para os contratos. Futuros de commodities como ouro e outros metais, negociados na Comex, também estão paralisados.

O câmbio opera normalmente, embora com volume reduzido.

Daniel Quandt

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