Small Caps: Confira as 5 que tiveram pior desempenho em novembro

Small Caps são empresas que têm maior potencial de crescimento na bolsa, mas ao mesmo tempo apresentam maior volatilidade.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-1.png

Além de possuírem menor valor de mercado, são ações com liquidez mais baixa. Desta forma, a variação dos preços é mais intensa. Em novembro, algumas Small Caps se destacaram negativamente, como a Camil, que caiu quase 8%.

Confira as Small Caps que tiveram o pior desempenho em novembro:

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-1.png

SUNO Notícias conversou com especialistas para entender o que provocou as variações de preço destas small caps.

Vale destacar que esta não é uma recomendação de investimentos, e que investimentos em ações só devem ser feitos quando o investidor já possui uma reserva de emergência.

Confira as explicações:

Camil teve mais queda entre small caps

A empresa de alimentos Camil foi uma das empresas que se beneficiaram com a crise, considerando o câmbio favorável e, principalmente, a alta do preço de seus produtos.

Além disso, a empresa atua num segmento essencial, o que permitiu não interromper suas operações.

A receita líquida cresceu 56,3% na comparação anual, impulsionada pelos fatores acima, aliado ao aumento dos volumes.

“Isso permitiu maior diluição de custos, o que elevou o lucro por ação de R$ 0,10 no segundo trimestre de 2020, para R$ 0,67″, destacou o analista de Small Caps da SUNO ResearchRodrigo Wainberg.

Com esta melhora significativa nos resultados, as ações desta small cap subiram muito ao longo do ano, e agora sofreram realização.”É natural que haja uma correção“, diz o especialista.

Duratex sofreu correção

Assim como a Camil, a Duratex também foi uma small cap beneficiada durante a pandemia, devido ao aumento da demanda por materiais para reformas residenciais.

“A forma com que as pessoas se relacionam com as suas casas mudou, impulsionando o setor da construção civil“, afirmou a diretoria no resultado trimestral.

As ações da empresa tiveram uma forte recuperação desde o início da pandemia, passando da casa dos R$ 8 em abril para mais de R$ 20 em novembro. Mesmo assim, a correção ocorrida em novembro resultou em uma queda de 2,03% no mês.

O analista da Suno destacou que as vendas da empresa no mercado interno e externo cresceram 31,5% e 59,4%, respectivamente, no terceiro trimestre, frente ao segundo trimestre de 2020.

Os insumos dolarizados impactaram o Custo dos Produtos Vendidos (CPV), que teve alta de 29,2% no trimestre ante o trimestre anterior.

“A posição de caixa é confortável, e é suficiente para honrar com as amortizações até meados de 2022″, destacou Wainberg.

M.Dias Branco ficou praticamente estável

Diferente da Camil e da Duratex, a M.Dias Branco não caiu. Mesmo assim, teve um dos piores desempenhos do mês entre as small Caps, ficando praticamente estável no mês.

Embora a empresa tenha mostrado resultados trimestrais positivos, houve uma forte pressão sobre os custos. Isso porque seus insumos são muito sensíveis em relação à variação do dólar – principalmente o trigo.

Além disso, o mercado está esperando um comportamento um pouco mais fraco da indústria alimentícia para janeiro de 2021, com o fim do auxílio emergencial, segundo Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

“Além de massas, a M.Dias produz biscoitos, e este tipo de produto pode ser cortado pelas famílias em uma situação de menor renda”, afirma.

Ele relembra que a ação da M.Dias Branco costuma ter picos quando a empresa anuncia aquisições, o que não tem ocorrido. “Historicamente são as aquisições que fazem este papel disparar”, diz Cruz.

No terceiro trimestre, a empresa mostrou números bastante positivos, com aumento de 27% dos volumes de vendas totais frente ao terceiro trimestre de 2019.

“A companhia segue como um player dominante do mercado, com um market share de 33,9% nos biscoitos e 33,8% nas massas”, destaca o analista da Suno.

Segundo ele, a alta nos preços dos arroz causaram um aumento na demanda por massas. Além disso, a receita bruta da empresa com exportações para Estados Unidos e América do Sul tem apresentado um crescimento intenso.

Grendene sofre com momento negativo do setor

A fabricante de calçados Grendene subiu 3,62% em novembro, e mesmo assim foi uma das piores small caps do mês. A companhia tem enfrentado um momento desafiador para o setor calçadista, em meio à crise da economia e o isolamento social.

Além disso, Wainberg destaca que as baixas taxas de juros continuam combalindo o resultado financeiro da companhia.

Isso é relevante considerando que a Grendene dispõe de R$ 1,31 bilhão em aplicações financeiras, em boa parte, fruto de uma isenção fiscal do Estado do Ceará.

No segundo semestre de 2020, a Grendene vem apresentando recuperação nos volumes de pares exportados, se beneficiando com um real fraco. “As vendas no mercado interno devem ter certa retomada com a reabertura do comércio”, avalia o analista da Suno.

BMG teve quinto pior resultado entre Small Caps

O Banco BMG esteve centro de um noticiário negativo no final de outubro, quando foi alvo de duas operações simultâneas em processos tocados pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

A investigação apura os crimes de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

No início de novembro, o banco anunciou que criou um comitê extraordiário para analisar o processo criminal que levou a Polícia Federal e a Receita a realizarem operação de busca e apreensão na sede da companhia.

Mesmo assim, do ponto de vista operacional, o banco tem trazido bons números. Com isso, embora seja o quinto pior resultado entre as small caps, suas ações subiram 5,66% no mês.

O banco apresentou um ROAE de 9,9%, e um índice de eficiência de 52,3%. O lucro líquido nos nove primeiros meses de 2020 foi de R$ 253 milhões, alta de 23,3% ante o mesmo período de 2019.

O Índice de Basileia tem crescido nos últimos períodos e atingiu 19,2% no terceiro trimestre de 2020, o que é alto comparado a outros bancos, mas adequado ao ser perfil de risco, considerando que sua carteira de crédito é menos conservadora que a de bancos como o Banrisul (BRSR6), por exemplo.

“A carteira de crédito tem apresentado expansão, com bastante representatividade do varejo”, destacou Wainberg, especialista em small caps.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Natalia Gómez

Compartilhe sua opinião