Radar do Mercado: Saraiva (SLED4) – Companhia ajuíza pedido de recuperação judicial

A Saraiva Livreiros Editores comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral que ajuizou, na última sexta-feira (23), pedido de recuperação judicial junto à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo, a fim de reorganizar as obrigações junto a seus credores.

“A companhia optou por esse movimento devido à necessidade de buscar proteção para a repactuação de seu passivo e de sua controlada, Saraiva e Siciliano S.A. (Varejo), junto aos seus fornecedores, e garantir a perenidade da operação”, destacou a companhia em seu comunicado.

 

Essa é uma notícia bastante triste dada a conjuntura operacional da Saraiva que, pelo menos em tese, contribui de maneira nobre para o desenvolvimento intelectual dos brasileiros através da venda de conteúdos literários que possuem o real potencial de mudança de vidas através da leitura.

Ainda em relação ao informado pela empresa, a mesma destacou que tem tomado diversas medidas para readequar seu negócio a uma nova realidade de mercado, com quedas constantes no preço de seu principal produto, o livro, e aumento da inflação.

Desde o início deste ano a companhia vem propondo, sem sucesso, a renegociação de seu passivo com os fornecedores.

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Em decorrência do agravamento de sua situação, a companhia julga que a apresentação do pedido de Recuperação Judicial é a medida mais adequada nesse momento, no contexto da crise no mercado editorial, reflexo do atual cenário econômico do país.

De acordo com a Saraiva, o objetivo da operação é proteger o Caixa, fazendo com que a companhia retome sua estabilidade e, posteriormente, seu crescimento econômico, bem como garantir a preservação da continuidade de sua operação nas lojas físicas e e-commerce.

É interessante acrescentar que o total de débitos da companhia e do Varejo informado no pedido de Recuperação Judicial soma, aproximadamente, R$ 675 milhões. O plano de recuperação será apresentado aos credores em breve.

No entanto, a Recuperação Judicial não altera, de forma alguma, o funcionamento do Varejo, que segue, na data de hoje, com 85 lojas físicas em todo o Brasil e com sua operação de e-commerce, um dos maiores canais de comércio online do País.

No mais, a Saraiva é uma companhia com 104 anos de história e detém uma das maiores redes varejistas de educação, cultura e entretenimento do País, presente em 17 estados brasileiros e no Distrito Federal, além da relevante operação de ecommerce que cobre todo o território nacional.

“A companhia participa ativamente da vida de crianças, jovens a adultos, e seguirá acreditando na transformação das pessoas por meio do acesso à cultura e educação e na leitura como um dos pilares essenciais para o desenvolvimento do Brasil”, destacou.

Não precisamos muito nos aprofundar no case para, infelizmente, recomendarmos a não participação societária na Saraiva por tempo indeterminado.

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    Tiago Reis
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