Radar do Mercado: Copel (CPLE6) – atraso nas operações atrapalham o endividamento

A Companhia Paranaense de Energia – COPEL – comunicou ao mercado na última sexta-feira (06) que a entrada em operação comercial do Complexo Eólico Cutia, originalmente prevista para outubro de 2017, foi revisada para junho de 2018.

Segundo reportou a companhia, de acordo com o Contrato de Energia de Reserva (CER), a receita prevista para o período de 1º de outubro de 2017 até a entrada em operação comercial de cada unidade geradora dos parques eólicos ficará retida e será utilizada para abater os ressarcimentos devidos por eventual geração anual e/ou quadrienal abaixo do montante contratado, enquanto que eventual remanescente positivo será lançado como crédito.

Ainda em relação ao CER, a empresa destacou que a não entrega do montante de energia não sujeita o vendedor à exposição financeira no Mercado de Curto Prazo.

As causas para a revisão do cronograma não foram reveladas.

 

A Copel é uma empresa que atua no setor de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, além de também atuar no segmento de telecomunicações.

Além disso, possui suas ações listadas na B3 – Brasil, Bolsa, Balcão – pelos tickers CPLE3, CPLE5, CPLE6, e também na bolsa de Nova Iorque – NYSE – com os papéis ELPVY, ELP.

Cabe destacar ainda que, desde 2002, se faz presente também na Europa através da LATIBEX – o braço latino-americano da Bolsa de Valores de Madri.

Dessa forma, pode-se definir que a Copel é uma sociedade por ações, de capital aberto e que, através de suas subsidiárias, se propõe a pesquisar, planejar, construir e explorar a produção, transformação, distribuição, comercialização e o transporte de energia, em qualquer de suas formas – principalmente a elétrica.

A Copel pode também participar, em conjunto com empresas públicas ou privadas de consórcios, de projetos cujos objetivos sejam o desenvolvimento de atividades nas áreas de energia, telecomunicações e gás natural.

Atualmente, a companhia atende diretamente a 4,5 milhões de unidades consumidoras em 395 municípios e 1.113 localidades (distritos, vilas e povoados).

Além disso, a Copel possui 30 usinas próprias (17 hidrelétricas, 1 térmica e 12 eólicas), e opera 2 usinas hidrelétricas em regime de cotas.

Ademais, a empresa tem participação em outros 11 empreendimentos de geração de energia (1 térmica, 6 hidrelétricas e 4 parques eólicos) em operação, totalizando uma capacidade instalada de 5.675 MW ajustados a participação da Copel e, paralelamente, estão em construção outros 13 parques eólicos e 2 usinas hidrelétricas.

Para transmitir e distribuir a energia gerada, a empresa conta com 4.221 km de linhas de transmissão e 196.176 km de linhas de distribuição, sendo a terceira maior rede de distribuição do Brasil, e seu quadro de pessoal é integrado por 8.453 empregados.

O total de energia vendida pela Copel, composto pelas vendas da Copel Distribuição, da Copel Geração e Transmissão e dos Complexos Eólicos, em todos os mercados atingiu 10.621GWh no segundo trimestre de 2017, queda de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

A companhia apresenta muitas das características que consideramos serem satisfatórias para participação no negócio, isto por que atua num setor perene, que apresenta certa “previsibilidade”, além de ter um histórico interessante de pagamentos de dividendos.

Vale ressaltar, entretanto, que a companhia se encontra, atualmente, com uma situação de dívida crescente e que começa a ficar preocupante, visto que, em junho deste ano, já se encontrava num patamar de pouco mais de R$ 9 bilhões, o que representa 4,1 vezes o Ebitda anual da empresa.

Em relação complexo Eólico Cutia, que é composto por sete parques eólicos (Guajiru, Jangada, Potiguar, Cutia, Maria Helena, Esperança do Nordeste e Paraíso dos Ventos do Nordeste) todos localizados no Estado do Rio Grande do Norte, possui 180,6 MW de capacidade instalada total e 71,4 MW médios de garantia física, e teve a sua energia comercializada no 6º Leilão de Reserva que ocorreu em 31 de outubro de 2014, ao preço médio de R$ 174,36/MWh (agosto/2017), este tinha o seu início de suprimento previsto para 1º de outubro de 2017, porém, conforme destacou a companhia, a operação, que foi adiada para junho do ano que vem, já fazia parte do planejamento da estatal a tempos.

A tabela a seguir apresenta o programa de investimento proposto pela Copel, o que inclui a participação na Cutia Empreendimentos Eólicos.

Como sempre destacamos, o fato da Copel ser uma companhia controlada pelo Governo do Estado do Paraná nos faz manter distância do negócio, isto por que, ao nosso entender, independentemente do partido político vigente em questão, na grande maioria das vezes, nestes casos, os interesses do acionista minoritário são sempre os de menor importância.

Por conta de ser estatal, e também por entender que a empresa se encontra bastante alavancada nesse momento, preferimos continuar de fora, ao passo que reforçamos nossas indicações em empresas privadas atuantes no mesmo segmento da Copel.

ACESSO RÁPIDO
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    Tiago Reis
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