Psicologia do mercado, valuation e risco

Ao considerar o cenário de otimismo exagerado, no qual o preço das ações se descola do valor intrínseco, o conhecimento de princípios de valuation e da psicologia das massas será capaz de trazer benefícios ao investidor.

Portanto, estes são os dois principais mecanismos de defesa capazes de evitar que o investidor seja prejudicado em bolhas do mercado: conhecer princípios de valuation e conhecer a psicologia do mercado.

Mais especificamente, quando investidores conhecem e entendem os princípios que estão por trás do valuation, eles são mais suscetíveis a se ater aos fatos que embasam o valor intrínseco. E isso, portanto, ajuda a evitar que o investidor faça parte da massa gananciosa.

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Por outro lado, conhecer a psicologia do mercado ajudará o investidor a reconhecer que a euforia das massas é, provavelmente, a razão para valuations inflados.

À medida que o preço das ações converge para o valor intrínseco, a margem de segurança tende a desaparecer. Neste ponto, o potencial de retornos futuros não é mais a diferença entre o preço e o valor.

Portanto, uma vez que o preço cresce acima do valor intrínseco, os investidores dependem da esperança de que o mercado levará os preços ainda mais para o alto. Fazer investimentos sob estas circunstâncias é um ato de especulação.

Claro que alguns investidores podem querer continuar usufruindo do poder dos juros compostos ao permanecerem investidos em boas companhias, com boas taxas de retorno. No entanto, investidores que se veem especulando após o preço atingir o valor intrínseco deveriam considerar a venda de pelo menos parte de sua posição.

Num cenário como este, surge uma tentação caso o investidor venda uma ação que continua a subir. Foi assim o caso de Isaac Newton com a South Sea Company, que mencionei há pouco tempo. Mesmo uma das melhores mentes que já pisaram sobre a Terra foi vítima das armadilhas psicológicas do mercado.

Todos nós podemos aprender com o exemplo de Newton. A maior lição que esta história nos traz é sobre mantermos o valor intrínseco sempre em mente, com bastante disciplina.

Uma bolha do mercado de ações deriva de ganância e da difusão do desejo de ganhar dinheiro com rapidez. Além disso, é claro, existem vários outros fatores psicológicos que contribuem.

Portanto, um bom entendimento destes fatores e de como eles interagem para causar uma irracionalidade em escala tão grande é capaz de dar ao investidor uma boa mentalidade para evitar seguir as atitudes das massas.

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Entrando mais a fundo neste aspecto, chegaremos ao problema do risco.

Buffett defende que o risco de um investimento não pode ser medido pela sua volatilidade. Nesta mesma linha de raciocínio, Benjamin Graham afirmou que, no longo prazo, o mercado de ações é uma “balança”, capaz de medir o preço de ativos com certa precisão.

Portanto, talvez o maior risco que um investidor pode enfrentar se dá ao não considerar o valuation como uma peça fundamental de sua abordagem.

Na prática, existem dois riscos diante dos investidores. Primeiramente, o risco de perder dinheiro ou poder aquisitivo. Em segundo lugar, o risco de perder oportunidades e não conseguir tanto dinheiro quanto se desejava.

Embora cada um destes dois riscos remeta a diferentes métodos para serem evitados, existe um caminho para gestão de risco que é um tanto quanto geral: o investidor que for capaz de entender a psicologia das massas, baseando suas decisões em raciocínios que englobam tal entendimento, terão menos riscos em suas decisões, isto é, menos chances de estarem errados.

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    Tiago Reis
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