Marcação a Mercado: saiba como funciona esse mecanismo de precificação

Muito se fala a respeito dos mais variados tipos de fundos no mercado financeiro, como fundos de renda fixa, porém poucas pessoas sabem do que se trata a marcação a mercado.

Portanto, pouco é ouvido falar a respeito de como as cotações desses fundos são calculadas, e neste sentido, a marcação a mercado tem uma participação direta no processo.

O que é Marcação a Mercado?

A marcação a marcado (mark to market ou MTM) é um método de precificação que permite averiguar o valor de mercado dos ativos que compõem a carteira de um determinado fundo de investimento ou de um ativo de renda fixa.

Sendo assim, o preço da cota de um fundo reflete, de maneira direta e atualizada, o valor real dos ativos que fazem parte daquela carteira de investimentos.

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Dessa forma, determina-se a que preço os ativos de renda fixa ou do fundo em questão poderiam ser vendidos no mercado.

No entanto, vale ressaltar que a metodologia utilizada pela marcação a mercado utiliza a mesma metodologia para todos os ativos da bolsa de valores.

Ou seja: tanto para ativos com maior liquidez e volume, quanto para ativos menos negociados, a fórmula de determinar o preço justo é a mesma.

Porém, o que muda é a forma como os preços desses ativos são coletados. Neste sentido, normalmente são usados os preços do fim do dia.

Como Funciona a Marcação a Mercado?

Não deve deixar de ser mencionado que, para ativos de renda variável, a MaM pode ser utilizado seu preço médio durante suas variações no pregão.

Entretanto, o preço justo está relacionado à liquidez do ativo, pois ativos com menor negociação na bolsa podem ter uma precificação inadequada.

Quando o preço não é observável – no caso de ativos de baixa liquidez, por exemplo – é realizado uma estimativa adequada de preço que o ativo teria em uma eventual negociação feita o mercado.

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Finalmente, é relevante notar que, normalmente, cabe ao administrador divulgar, diariamente e minimamente, a versão simplificada da marcação a mercado.

Sendo assim, fica clara a importância desse mecanismo para avaliar o preço justo de um determinado ativo ou fundo.

Para que serve a Marcação a Mercado?

É interessante destacar, de uma maneira bem direta, que o objetivo da marcação a mercado é assegurar que não haverá transferência de riqueza entre os cotistas de determinado fundo.

Em outras palavras, os ganhos ou perdas que o fundo de investimento em questão apresentar devem ser atribuídos a quem está dentro da estrutura do fundo no momento do evento.

Dessa forma, é assegurado que o investidor não corra o risco de ser cotista de um fundo que se encontra, naquele momento, sobre ou subvalorizado.

Sendo assim, considerando que o seu preço de mercado já é o real, quando se leva em conta os preços de mercado dos ativos que o compõem, o investidor pode tomar uma melhor decisão.

De fato, é interessante destacar que essa metodologia contribui para uma maior transparência do desempenho dos fundos de investimento.

Além disso, os investidores que ainda não se tornaram cotistas de um fundo em questão conseguem fazer uma comparação mais clara entre a performance de todos os fundos disponíveis no mercado, tomando uma decisão mais assertiva em suas aplicações financeiras.

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Como funciona a Marcação a Mercado em títulos de renda fixa?

Primeiramente, é preciso entender que um título de renda fixa, seja ele público ou privado, recebe uma rentabilidade definida já na hora de investir.

Ainda que essa rentabilidade seja garantida ao final da aplicação, o montante aplicado varia diariamente.

Isso se dá porque a rentabilidade de títulos muda diariamente, por conta das negociações feitas entre diferentes entes, que apostam na alta ou baixa do benchmark referente àquele ativo.

Dessa forma, ainda que a rentabilidade seja certa ao final do período, caso o investidor decida realizar a venda de títulos, ele precisa estar atento para as variações no valor do mesmo.

Inicialmente, é preciso entender que diferentes tipos de títulos estão relacionados a índices diferentes: os títulos pós-fixados estão atrelados à taxa Selic ou ao CDI.

Por outro lado, os títulos pré-fixados estão atreladas a alguma taxa de inflação, como o IPCA ou o IGP-M.

Por fim, essas variações só serão relevantes para quem deseja resgatar seu dinheiro antes do prazo de vencimento.

Como funciona a Marcação a Mercado em fundos de investimento?

O valor da cota de fundo de investimento é definido pelo patrimônio líquido do mesmo dividido pelo seu número de cotas.

Portanto, essas cotas são marcadas a mercado, de forma que o cotista receba a remuneração devida no momento que desejar resgatar seu investimento.

Dessa forma, não é necessário que o investidor tenha que pagar um valor que não seja condizente com o valor real daqueles ativos.

De fato, o cálculo do valor de mercado de um fundo é mais complexo, uma vez que se avalia o preço de cada ativo da carteira de forma proporcional.

Títulos públicos são divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), enquanto ativos de renda variável são negociados no ambiente da bolsa de valores.

Por fim, vale notar que ativos não negociados em mercado devem ser precificados pelo profissional encarregado da administração do fundo.

Quais os fatores que influenciam a marcação a mercado?

A marcação a mercado é influenciada por dois fatores principais:

  • Benchmark;
  • Liquidez.

1. Benchmark

O benchmark ao qual o ativo está atrelado varia a marcação a mercado do ativo. Um título pode estar atrelado à taxa Selic, CDI ou IPCA, por exemplo.

Portanto, a depender desses fatores, os resultados variam: títulos atrelados ao CDI, por exemplo, possuem uma rentabilidade menor diante de uma queda na taxa de juros.

Por outro lado, em títulos pré-fixados, seu valor oscila conforma as expectativas do mercado, podendo apresentar até mesmo rentabilidade negativa.

2. Liquidez

Para ativos com alta liquidez, o processo ocorre de forma rápida, baseando-se nos preços ao fim do dia.

No entanto, para ativos menos líquidos, o cálculo baseia-se na estimativa de preço justo do ativo em questão.

Ainda possui dúvidas a respeito de marcação a mercado? Comente abaixo.

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    Tiago Reis
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    1 comentário

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    • Ricardo Luiz Elias 29 de agosto de 2019
      O mecanismo do MaM, realmente permite valorizar ou penalizar o investidor dos fundos. O seu uso é, portanto, usado para nivelar o valor da cota ao preço justo em operação no mercado. Porém, é uma medida injusta porque , aplicado diariamente, ou via a um diferente critério de tempo definido pelo banco, pode prejudicar o rendimento especifico do investimento feito pelo seu cliente. Injusto porque, no caso dos investimentos da previdência privada, que hoje significam um ativo elevado, e significativo em poder dos bancos que se beneficiam, com dinheiro dos seus clientes, nas suas aplicações, a taxas de mercado, muito superiores a remuneração dos fundos e, isentos de condição semelhante. Com isso, os grandes bancos, carregam, para os seus próprios resultados operacionais, um ganho absurdamente diferenciado, oriundos da diferença entre taxas. As que remuneram e as que cobram. Há meses em que a remuneração dos investimentos da previdência privada, por exemplo, é inferior aos demais investimentos pessoais, até mesmo a poupança. Alguma medida deveria ser encontrada para minimizar a perda do investidor. Por exemplo, uma equalização das taxas aplicadas pelo banco quando, o uso da MaM gerasse uma redução de valor do investimento do seu cliente.Responder