Fuga de capitais: conheça as principais causas deste fenômeno

Em momentos de turbulência e recessão, os investidores tendem a retirar seus recursos e aplicações do país. Em economia, esse fenômeno é conhecido como fuga de capitais.

A fuga de capitais é uma consequência que pode ser devastadora para o crescimento econômico de uma nação — mesmo quando ela é apenas temporária.

O que é a fuga de capitais?

A fuga de capitais é o nome que se dá para quando os recursos financeiros saem em massa de um país em um curto período de tempo. Tipicamente, isto ocorre em momentos de extrema turbulência econômica. Normalmente, esta fuga pega os agentes financeiros de surpresa — prejudicando não só o mercado de capitais local, mas também toda a economia do país.

Por que a fuga de capitais acontece?

causas da fuga de capitais

A fuga de capital é mais comum em países emergentes, visto que as suas economias são mais instáveis e voláteis.

Isso acontece porque quando a economia mundial vai bem, as nações mais desenvolvidas injetam dinheiro nos países emergentes. Os países emergentes oferecem maiores retornos que os países desenvolvidos.

Porém, é importante lembrar, que esses mercados oferecerem um nível de risco maior. Além disso, a volatilidade costuma ser muito maior em países emergentes, como o próprio Brasil.

Logo, quando a economia mundial dar sinais de enfraquecimento, os investidores estrangeiros retiram recursos dos países emergentes. Isto porque eles buscam aplicar em investimentos seguros nos momentos de crise.

Também há de se considerar o fato de que em momentos de crise as taxas de juros se tornam maiores mesmo nos países desenvolvidos. Assim, o spread da taxa de juros entre esses países tende a se reduzir. Dessa forma, o investimento nos emergentes fica bem menos atraente.

Por isso, os países em desenvolvimento estão mais dispostos a sofrer com a fuga de recursos financeiros.

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Outras causas para a fugas de capitais

Uma das principais causas da fuga de capitais, como você viu acima, é uma redução do crescimento da economia global.

Em 2008, por exemplo, com a explosão da crise financeira mundial, o Brasil passou por uma grande saída de recursos estrangeiros em um curto período de tempo. Esta fuga de recursos financeiros se materializou na queda da cotação do Ibovespa e na alto do valor do dólar.

No entanto, esta não é a única causa deste fenômeno.

Outros eventos podem desencadeá-lo, como por exemplo:

  • Crises internas;
  • Insegurança jurídica.
  • Perspectiva econômica ruim;

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Crises internas

As crises internas são aquelas que são ocasionadas por fatores de um país especificamente e não por fatores globais. Essas crises afastam os estrangeiros de investir em um país. Pois, os investidores preferem investir em uma economia em crescimento.

O Brasil, por exemplo, passou por uma situação deste tipo na última crise econômica entre 2015 e 2016. Em um momento de alta expansão da economia global o PIB brasileiro estava em derrocada. Tal fato afastou bastante investidores estrangeiros.

Insegurança jurídica

O medo da insegurança jurídica afetar os investimentos pode ocasionar uma súbita fuga de recursos financeiros. Países com baixa previsibilidade em suas leis não são bem vistos pela comunidade financeira global. Dessa forma, a tendência é que esses países atraiam e retenham menos recursos.

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Perspectiva econômica ruim

Muitas vezes não precisa ser feito nada na prática para ocasionar uma fuga de capitais. Em alguns momentos, uma simples piora das expectativas pode desencadear uma saída em massa dos recursos financeiros.

Um bom exemplo disto se deu no Brasil após a primeira eleição do ex-presidente Lula. Os investidores, temendo as políticas intervencionistas, retiraram o seu capital do Brasil de forma acelerada — ocasionado uma fuga de capitais antes mesmo da posse do ex-presidente.

A fuga de capitais pode acontecer mesmo com os investidores internos de um país. Nesse caso, o destino mais procurado é o investimento em moedas e mercados internacionais. Adotar essa estratégia é essencial para qualquer investidor que procura proteger seu capital. Para conhecer mais sobre ela, confira o nosso E-book Investindo no Exterior, e descubra tudo sobre como escolher os melhores investimentos fora do país.

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    Tiago Reis
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    4 comentários

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    • Daniel 5 de fevereiro de 2020
      Hoje é 05/02/2020 e o Brasil, nesta data, vive a maior fuga de capitais em 38 anos. Isso quer dizer que o investidor estrangeiro não acredita na recuperação econômica do Brasil. A nossa bolsa só não despencou ainda em virtude da grande entrada de capital interno, que só ocorre devido à queda da taxa selic, que praticamente inviabilizou os investimentos em renda fixa. Vejo analistas aqui da SUNO falarem o tempo todo de recuperação econômica. Mas como pode haver uma recuperação com essa saída de capital externo? A política externa desse governo é desastrosa. Nossa política ambiental todo dia se esforça pra retirar mais investimentos do país. A pífia queda da taxa de desemprego se deu baseada no grande aumento da informalidade e do subemprego. Ou seja, não há sustentabilidade. Eu invisto na estratégia do buy and hold, mas confesso que mesmo assim me preocupa muito como será daqui pra frente. Hoje, minha carteira é de apenas 15% em ações em dólar, mas planejo nesses próximos 2 anos rebalancear minha carteira para cerca de 50 a 60% em ações americanas. E seja o que Deus quiser.Responder
      • Luciano Maia 23 de setembro de 2020
        Vendo seu comentário hoje, 23/09/20, após meses de pandemia, desmatamento galopante na Amazônia, Pantanal em chamas e um discurso "controverso" na ONU, não faço a menor ideia do que Deus quer...Responder
    • Philipe 6 de outubro de 2020
      Onde tem uma base de dados que podemos acompanhar quando houve fuga/injeção de capitias?Responder
      • Suno Research 7 de outubro de 2020
        Olá, Philipe! Tudo certo? Esses dados são divulgados pelo site do Banco Central. Atenciosamente, Equipe Suno.Responder