Bovespa: entenda o que é e como investir na Bolsa de Valores de São Paulo

Ao iniciar os estudos ou os investimentos na bolsa de valores, muitos podem se confundir entre as nomenclaturas que a bolsa brasileira já teve e entre as denominações dos índices de mercado. Afinal, os nomes Bovespa, Ibovespa e BM&F Bovespa são todos, nitidamente, muito parecidos.

Mas apesar das semelhanças, a Bovespa se destaca na história por ter sido a denominação da bolsa brasileira por um longo período de tempo. Por isso, é importante conhecer melhor como ela funcionava e o que fez com que sua marca fosse se alterando ao longo do tempo.

O que é a Bovespa?

A Bovespa é a abreviação da antiga Bolsa de Valores de São Paulo, atual B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Esse foi, desde a sua criação ao final do século XIX, a denominação da empresa e o local onde eram feitas as negociações de títulos mobiliários, como ações e alguns tipos de commodities.

A Bolsa de Valores de São Paulo possui uma trajetória muito longa aqui no Brasil. Sendo que a sua evolução ao longo do tempo foi peça chave para o bom funcionamento do mercado primário e secundário de títulos e de valores mobiliários.

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Ao longo do tempo, a Bovespa passou por alguns processos de fusões com outras empresas, o que fez que a marca Bovespa fosse se alterando. Em 2008, ela passou a ser chamada de BM&F Bovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros); e, em 2017, de B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

Apesar dessas mudanças, a bolsa de valores brasileira possui uma origem ligada à antiga Bolsa Livre e à Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Depois disso, essa bolsa passou a ser chamada Bolsa Oficial de Valores de São Paulo para depois, em 1967, ter seu nome alterado oficialmente para Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Mas independentemente das mudanças de nomenclatura, a bolsa de valores brasileira tem uma história de formação de sucesso que permitiu a evolução constante do mercado de capitais brasileiro. Não é à toa que a atual bolsa do Brasil, a B3, pode ser considerada uma das maiores do mundo.

Inclusive a própria B3 possui ações negociadas na bolsa, já que a empresa se tornou uma S.A de capital aberto, negociada sob o ticker B3SA3. Para se ter uma ideia, a atual companhia, que se chamou Bovespa por cerca de 40 anos, possui mais de 100 bilhões de valor de mercado.

Qual a importância da Bovespa para o mercado brasileiro?

Infelizmente, a maior parte das pessoas não sabe qual a importância da Bovespa para o mercado brasileiro. Contudo, conhecer a relevância da bolsa para o desenvolvimento da sociedade é fundamental, ao menos, para aqueles que são investidores.

Essa relevância é embasada, principalmente, da facilidade de financiamento que as bolsas de valores permitem às empresas. Não é à toa que países com mercados de capitais desenvolvidos possuem sociedades mais ricas e desenvolvidas.

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Isso porque, com uma bolsa de valores estruturada e com uma sociedade consciente com relação à necessidade de investir, a liquidez no mercado aumenta muito. Assim, as companhias conseguem levantar capital com muita facilidade, por exemplo, por meio da abertura de capital em IPOs (Initial Public Offering).

Com capital aberto na bolsa, incluindo na antiga Bovespa, as empresas eram capazes de levantar recursos com facilidade no mercado, utilizando do capital de investidores para investirem em pesquisa, em desenvolvimento, em tecnologia e em tudo aquilo que possa beneficiar o crescimento da companhia.

Obviamente, a principal vantagem desse processo é o possível aumento do lucro, ao longo do tempo, da empresa e de seus acionistas. Contudo, existem outras vantagens para toda a sociedade.

Primeiro porque, ao investir, as organizações precisam, por exemplo, de recursos humanos, seja de profissionais qualificados, ou não. Assim, há um estímulo de contratação e uma consequente redução do desempenho.

Mas, além disso, o aumento da produtividade das companhias também desenvolve e beneficia a sociedade como um todo. Por exemplo, por meio do barateamento relativo de produtos ou do oferecimento de serviços gratuitos — como o Google ou o Facebook.

História da Bovespa

Bovespa

Conforme foi colocado, a história da Bovespa remonta à chamada Bolsa Livre, entidade criada em 23 de agosto 1890, por Emílio Rangel Pestana, um negociante de títulos da época. Entretanto, devido à política do Encilhamento, a Bolsa Livre fechou no ano seguinte, em 1891.

Pouco tempo depois, em 1895, essa bolsa foi reaberta com outra denominação, Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Tendo sido conhecida dessa forma por mais de 40 anos, essa antiga bolsa foi transferida para o chamado Palácio do Café, que atualmente é o conhecido Museu do Café, na cidade de Santos.

Depois de ser instalada no Palácio, em 1934, essa bolsa passou a ser chamada de Bolsa Oficial de Valores de São Paulo, o que ocorreu um ano depois, em 1935. Possuindo essa nomenclatura até 1966, em 1967 a organização passou, finalmente, a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Com a denominação de Bovespa, a organização passou por diversos momentos históricos marcantes para o mercado de capitais brasileiro. Além disso, também passou por períodos marcantes da história da humanidade, como a Queda do Muro de Berlim, em 1989, e o atentado às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001.

Passando por tantos momentos históricos e possuindo uma trajetória centenária, a Bovespa, em 2008, mudou seu nome para BM&F Bovespa, após uma fusão com a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros). Depois disso, a entidade também se fundiu com a Cetip, alterando sua denominação mais uma vez, em 2017, para B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

Abaixo, alguns dos eventos históricos marcantes da Bovespa:

Criação da Lei das S.A

A criação da Lei das S.A, normatizada na Lei nº 6404, de 1976, foi, sem dúvida, um dos eventos históricos marcantes da Bovespa. Isso porque foi por meio dessa lei que as sociedades anônimas da bolsa passaram a ser reguladas de maneira mais adequada.

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Essa regulação foi fundamental, por exemplo, para a garantia dos direitos dos acionistas minoritários. Além disso, foi também a responsável pela definição de diversos aspectos legais para as empresas de capital aberto, como:

Essas foram apenas algumas das definições impostas pela Lei nº 6404/76, sendo que a norma vinculante teve diversos outros pontos fundamentais para a evolução do mercado de bolsa. Afinal, deu mais segurança e previsibilidade para investidores nacionais e estrangeiros.

Criação da CVM

Mais um momento importante da Bovespa foi a criação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que aconteceu em 1976, por meio da Lei nº 6385/76. Atuando como uma espécie de polícia do mercado, ela é uma das entidades mais importantes para os investidores da bolsa.

Afinal de contas, é a CVM a responsável, atualmente, pela fiscalização, normatização e por toda a disciplina e desenvolvimento do mercado. Criada em 1976, a Comissão é ligada ao governo federal pelo Ministério da Economia.

Criação do Novo Mercado

Outro marco histórico da Bovespa que não pode ser esquecido foi a criação do Novo Mercado, o segmento de listagem. Desenvolvido nos anos 2000, esse segmento criado pela Bolsa de Valores de São Paulo tinha o objetivo de distinguir aquelas empresas listadas que possuíam as melhores práticas de governança corporativa.

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Com o novo segmento, a bolsa tinha o objetivo de favorecer os investidores, que poderiam investir em empresas mais seguras, mas também de beneficiar as companhias comprometidas com a governança, o que aconteceria por meio da valorização de suas ações.

Isso porque ficou comprovado que aquelas empresas que adotavam boas práticas de governanças tinham suas ações mais valorizadas e também com mais liquidez no mercado. Afinal, a administração alinhada com os interesses dos acionistas minoritários reduzia o risco do investimento.

Por sua vez, quanto menor o risco do investimento — refletido no segmento de listagem do Novo Mercado — menor também a taxa de desconto para a precificação do ativo. E quanto menor a taxa de desconto, maior o valor do ativo, o que favorece a sua valorização.

Dessa forma, como havia uma expectativa de maior valorização de ações de empresas do Novo Mercado, diversas companhias redefiniram suas práticas de governança para conseguirem a listagem no novo segmento de listagem. Isto, sem dúvida, foi um excelente benefício para os investidores dessas empresas.

Como funcionava a Bovespa?

Bovespa

Outro ponto importante de conhecer sobre a antiga Bolsa de Valores de São Paulo diz respeito ao seu funcionamento. Não é à toa que tantas pessoas buscam saber mais sobre como funcionava a Bovespa.

Nesse sentido, a principal dúvida das pessoas é sobre como os pregões funcionavam. Afinal de contas, atualmente todas as negociações são realizadas eletronicamente, mas nem sempre isso foi funcionou assim.

Antes dos sistemas modernos e computadorizados das bolsas, as negociações eram todas realizadas por meio de operadores, chamados no Brasil como corretores da bolsa e, nos EUA, como stock brokers. Eram esses corretores os responsáveis pelo funcionamento do pregão viva voz da Bovespa.

Pregão viva voz da Bovespa

O pregão viva voz da Bovespa foi o modelo de negociação dos ativos da bolsa pela maior parte do tempo. Ficando disponível parcialmente até 2009, era por meio desse tipo de pregão, que acontecia em salões, que as negociações eram realizadas.

Abaixo, uma imagem do antigo trading floor da Bovespa:

Bovespa

Nesses salões, os pregões da bolsa ocorriam com base em gritos e gestos padronizados pelos corretores que facilitavam a comprar e venda dos ativos. Muitas vezes, os negócios eram fechados com um broker no telefone com seu cliente gritando no salão.

Para agilizar as negociações, havia uma série de gírias dos corretores das mesas de negociação, como:

  • Apregoar: manter uma ordem limitada no book de ofertas;
  • Bate: realizar uma ordem de venda;
  • Toma: realizar uma ordem de comprar;
  • Pagão: melhor preço de comprar.

Foi até meados da primeira década dos anos 2000, as negociações na bolsa brasileira foram realizadas dessa maneira. Contudo, destaca-se que, no começo da década de 70, a bolsa de São Paulo começou a registrar alguns negócios de forma automatizada.

Assim, todas as informações relativas aos valores mobiliários, como as cotações, por exemplo, passaram a ser disseminadas de forma eletrônica e imediata. Depois, com o avanços tecnológicos, as negociações passaram, aos poucos, a serem realizadas eletronicamente, o que dava mais agilidade e segurança nos negócios.

Destaca-se que na transição entre o pregão viva voz e o eletrônico, primeiro as ações com maior liquidez da época passaram a ser negociadas eletronicamente, como os papéis da Vale, da Petrobras e da Telebrás.

Depois, aos poucos outras empresas passaram a ser negociadas eletronicamente. No entanto, foi só depois da fusão da Bovespa com a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) que o pregão eletrônico foi extinto de vez, afinal esta última já adotava completamente o modelo eletrônico desde 2005.

Fusões da Bovespa

Bovespa

Uma importante parte da história da bolsa brasileira diz respeito às fusões da Bovespa que aconteceram ao longo do tempo. Isso porque uma das consequências dessas operações foi a mudança de nomenclatura da ao longo do tempo.

Abaixo, os nomes que a bolsa brasileira já teve e o ano em que cada um deles passou a ser adotado:

  • Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo – 1895;
  • Bolsa Oficial de Valores de São Paulo – 1935;
  • Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) – 1967;
  • BM&F Bovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros) – 2008;
  • B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) – 2017.

É preciso destacar as fusões da Bovespa com outras companhias como o principal fator da mudança dos nomes. A cada fusão, a bolsa brasileira era incorporada junto com outra empresa, aumentando o seu tamanho e o seu leque de atuação.

Abaixo, algumas das principais fusões da Bovespa e o racional por trás de cada uma das operações de integração:

1. Integração das bolsas com a Bovespa

Nos anos 2000 ocorreu um importante evento de integração das bolsas estaduais e regionais com a Bovespa. Sendo que esse processo foi responsável pela consolidação das bolsas no Brasil. Isso porque, até o começo da década de 60, cada estado do Brasil possuía uma bolsa própria, totalizando. Portanto, 27 bolsas diferentes.

Com o passar do tempo, algumas dessas bolsas deixaram de existir, e nos anos 2000 a bolsa de São Paulo liderou um programa de integração com as demais oito bolsas ativas no Brasil para negociação de renda variável.

Entre as bolsas integradas estavam:

  • BVRJ – Bolsa de Valores do Rio de Janeiro;
  • BOVMESB – Bolsa de Valores Minas – Espírito Santo – Brasília;
  • BVES – Bolsa de Valores do Extremo Sul;
  • BVST – Bolsa de Valores de Santos;
  • BOVESBA – Bolsa de Valores da Bahia – Sergipe – Alagoas;
  • BOVAPP – Bolsa de Valores de Pernambuco e Paraíba;
  • BVPR – Bolsa de Valores do Paraná;
  • BVRg – Bolsa de Valores Regional.

2. Fusão da Bovespa com a BM&F

A primeira operação que aconteceu e que causou a mudança de nome da bolsa foi a fusão da Bovespa com a BM&F, que aconteceu em 2008. Curiosamente, a própria Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) possuía ações na Bovespa — negociadas no ticker BMEF3 —  já que ela era uma empresa de capital aberto.

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E ao contrário da Bovespa, na BM&F (Bolsa de Mercadoria e Futuros), os investidores não negociavam ações de empresas. Na verdade, o foco de atuação dessa empresa era na negociação, como o próprio nome diz, de mercadorias e de futuros.

No caso das mercadorias, os agentes do mercado podiam negociar commodities, como:

  • Café;
  • Ouro;
  • Açúcar;
  • Milho.

Já no caso da negociação dos futuros, os investidores tinham a possibilidade, por meio da BM&F, de negociar os preços dos ativos no mercado futuro. Nesse sentido, eram negociados:

  • Taxa de câmbio futura;
  • Taxa de juros futuro;
  • Contrato futuro de boi gordo.

Ou seja, a negociação na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) era realizada da mesma forma que na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), sendo que a distinção principal era apenas o tipo de ativo negociado.

Por isso, a fusão entre as duas bolsas fazia muito sentido. Afinal, ambas atuavam no mesmo tipo de mercado e poderia, após a operação, otimizar a estrutura da companhia formada, aumentando a sua rentabilidade, por meio de sinergias operacionais.

Em 2008, então, apenas um ano após a estréia das ações da BM&F na bolsa, a Bovespa anunciou ao mercado sobre a fusão entre as duas companhias. A companhia formada, que ficou conhecida como BM&F Bovespa, passou a ser considerada uma das maiores bolsas de valores do mundo após a operação.

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3. Fusão da BM&F Bovespa com a Cetip

Foi após a fusão da BM&F Bovespa com a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos), em 2017, que surgiu a atual bolsa brasileira, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

E apesar da mudança da nome, ainda hoje é muito comum que alguns investidores, principalmente os mais antigos, por conta da prática e do costume, se refiram à B3 através da antiga nomenclatura, como Bovespa.

Independentemente disso, destaca-se que a fusão entre as duas companhias reforçou o monopólio da bolsa no Brasil. Afinal, as duas companhias já eram consideradas, antes da integração, as maiores companhias de atuação no mercado financeiro.

No caso, a antiga BM&F Bovespa era responsável por oferecer a negociação de ações, fundos imobiliários, mercadorias e futuros no mercado. Já a Cetip não atuava diretamente com os investidores, mas em segundo plano, sendo responsável principalmente pela integração, custódia e liquidação de ativos.

Nesse sentido, era responsável pela operacionalização do registro de alguns ativos do mercado, como:

E além de atuar na custódia, registro e liquidação desses ativos e títulos de crédito, a Cetip também era responsável pelo TED e DOC. Assim, a maior parte da população usufruía de seus serviços, sem mesmo saber disto.

Para se ter ideia do da Cetip, a companhia possuía capital aberto na própria bolsa, com ações negociadas no ticker CTIP3. E devido à relevância da fusão entre as companhias, o negócio celebrado precisou de ser aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Após a aprovação, em 22 de março de 2017, nasceu a B3. O negócio, até então, tem se provado muito bem-sucedido, não é à toa que as ações da B3 (B3SA3) subiram tanto desde a fusão, como pode ser observado abaixo:

Bovespa

Ativos negociados na Bovespa

Após conhecer um pouco mais sobre as fusões históricas da bolsa, outro ponto importante de ser levantado diz respeitos a quais eram os ativos negociados na Bovespa. Isto é, quais ativos os investidores tinham disponíveis quando a bolsa ainda era chamada Bovespa.

Nesse sentido, contudo, é destaca-se que o mesmo leque de investimentos está disponível até os dias de hoje. Afinal, a mudança da nomenclatura de Bovespa é relativamente recente, tendo esse nome sido extinto em 2008.

Abaixo, os ativos negociados na Bovespa:

1. Ações

Os primeiros ativos que eram negociados na bolsa e que continuam, é claro, sendo negociados são as ações. Sendo consideradas pequenos pedaços do capital social de uma companhia, aquele que possui ações de uma empresa de capital aberto na bolsa pode ser considerado sócio.

E como sócio, todo os acionistas possuem o direito de usufruir, ao longo do tempo, do lucro ou do prejuízo das suas empresas investidas. No caso de uma empresa que dá prejuízo, o detentor de ações perde com a desvalorização dos seus papéis.

Já no caso de uma empresa que gera valor e que dá lucro, o acionista ganha com a valorização das ações ou com o recebimento de dividendo — que é uma parte do lucro distribuída, em dinheiro, na conta do acionista. Obviamente, quanto mais ações o investidor possui, mais dividendo ele receberá.

Por exemplo, a Taesa (TAEE11) pagou, em agosto de 2020, R$0,81 centavos de dividendos por ação unit. Sendo assim:

  • 100 ações da Taesa: R$81,00 de dividendos;
  • 1.000 ações da Taesa: R$810,00 de dividendos;
  • 10.000 ações da Taesa: R$8.100,00 de dividendos.

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Como o dividendo distribuído pelas empresas são anunciados por ações, quanto mais papéis o investidor tem, mais ele recebe. Por isso, muitos investidores se interessam pela estratégia de investir em empresas pagadoras de dividendos.

Isso porque, com o tempo, depois de acumular uma determinada quantidade de ações, o investidor poderá atingir uma renda passiva de dividendos suficiente para arcar com os seus custos de vida. Assim, atingiria-se a sonhada independência financeira.

2. ETFs (Exchange Traded Funds)

O segundo ativo que era negociado na Bovespa e que continuou sendo após a mudança da sua nomenclatura são os ETFs (Exchange Traded Funds). Resumidamente, esses ativos são como fundos de investimentos negociados como renda variável, na bolsa de valores.

A diferença, contudo, é que esses fundos não são de gestão ativa, modelo em que há um gestor que estuda e analisa as opções de ações para fazer stock picking (escolha de papéis para investir). Ao contrário disso, esses fundos são de gestão passiva, possuindo uma metodologia pré-estabelecida de investimentos.

Sendo assim, o gestor não pode, por discricionariedade própria, definir os ativos que serão adquiridos pelo fundo. Na verdade, ele deve apenas executar a metodologia de investimento do ETF, comprando e vendendo ações para adequar a carteira do fundo ao que ele foi proposto.

Algumas metodologias de investimento de ETFs podem ser:

  • Investir em ações pagadoras de dividendos da bolsa, do índice IDIV;
  • Adquirir papéis de empresas do setor financeiro, do índice IFIN;
  • Comprar ações de empresas do índice Bovespa, o Ibovespa.

3. Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs)

Outra classe de ativos que já era negociada na bolsa quando ela ainda se chamava Bovespa são os fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Esses ativos são negociados em cotas na bolsa de valores e são uma espécie de participação imobiliária.

Isso porque a maior parte dos FIIs, os fundos de tijolo, são formados por um conjunto de imóveis comerciais. Sendo que o objetivo, na maior parte das vezes, é gerar renda dessas propriedades, por meio de locações imobiliárias.

Com a renda desses imóveis dos FIIs, o fundo apura o resultado líquido, considerando as receitas e as despesas, e distribui mensalmente proventos para os cotistas. Por isso, em outras palavras, é como se aquele que possui cotas de fundos imobiliários recebesse um aluguel mensal em sua conta.

Afinal, o provento recebido mensalmente pelo cotista tem origem na locação dos imóveis comerciais do FII que ele investe. E da mesma forma que nas ações pagadoras de dividendos, quanto mais cotas, mais proventos do fundo o investidor receberá.

Por fim, alguns dos tipos de imóveis que esses fundos normalmente possuem são:

  • Lajes comerciais;
  • Shoppings centers;
  • Galpões logísticos;
  • Hotéis.

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4. BDRs (Brazilian Depositary Receipts)

Por fim, outro tipo de ativo que já era negociado na Bovespa e que ainda pode ser adquirido pela B3 são os BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Resumidamente, esse ativo são uma espécie de ação de empresa estrangeira negociada na bolsa brasileira.

Então, ao invés de comprar ações diretamente no exterior, investindo na Bolsa de Nova York (NYSE) ou na bolsa de NASDAQ, o investidor brasileiro tem a possibilidade de adquirir ações de empresas norte-americanas diretamente do Brasil, por meio dos BDRs.

E como as ações dessas empresas são negociadas nos Estados Unidos, o preço dos BDRs na bolsa brasileira dependem de duas variáveis. A primeira é, claro, a cotação da ação original da empresa nos EUA; enquanto a segunda é o dólar.

Por isso, à grosso modo, caso a ação original da Apple, por exemplo, suba 5% em um dia nos EUA, mas o dólar caia 5% no mesmo período, então o BDR da fabricante dos iPhone não oscilaria de preço. Da mesma forma, se a ação e o dólar apreciassem 5% no dia, então a cotação do BDR da Apple subiria 10%.

Abaixo, algumas das empresas que possuem BDR negociado na bolsa brasileira e o respectivo código de negociação deles:

  • Apple (AAPL34);
  • Disney (DISB34);
  • Amazon (AMZN34);
  • Facebook (FBOK34);
  • Berkshire Hathaway (BERK34).

O que é o índice Bovespa?

Bovespa

Depois de conhecer um pouco mais sobre a antiga Bovespa, outro ponto importante de ser entendido é sobre o que é o índice Bovespa. Isso porque, ao contrário da Bolsa de Valores de São Paulo, esse índice mantém seu nome e existe até os dias de hoje.

Também conhecido como Ibovespa, esse índice é, basicamente, a principal forma de observar o comportamento das ações da bolsa. Funcionando como uma espécie de termômetro, esse índice serve para demonstrar se a maior parte das ações estão em alta ou em queda.

Por isso, ao ser noticiado que o Ibovespa está em alta ou em queda, entende-se que a média das ações negociadas na bolsa também estão subindo ou caindo. Abaixo, um pouco mais sobre como o índice Bovespa funciona.

Como o índice Bovespa funciona?

O primeiro passo para entender como o índice Bovespa funciona é compreender que um índice de mercado serve como uma espécie de termômetro para observar o comportamento médio de determinado conjunto de ações. No caso do índice Bovespa, esse conjunto de ações são das maiores e mais negociadas companhias da bolsa.

E é justamente por isso que o Ibovespa é considerado o mais importante índice do mercado brasileiro, porque ele é o termômetro da cotação na bolsa das ações das empresas mais importantes — as maiores e mais negociadas.

Para atuar como um termômetro, o índice Bovespa é formado por uma carteira teórica de ações de empresas negociadas na bolsa brasileira. Sendo que cada papel possui um percentual no portfólio de acordo com o valor de mercado da empresa. Com isso, quanto maior a companhia, maior também o seu percentual no Ibovespa.

Algumas das empresas do índice Bovespa são:

Supondo que a Vale possua um percentual de 10% no índice, caso suas ações caiam 5% em um dia, essa oscilação impactaria negativamente o Ibovespa em 0,5% (10% de 5%). Da mesma forma, se a Ambev tiver um percentual de 5% e suas ações subirem 10%, então, o impacto seria positivo em 0,5% no índice (5% de 10%).

Dessa forma, o percentual de participação e a oscilação diária de cada uma das ações da carteira teórica do índice faz com que os pontos do índice Bovespa variem percentualmente ao longo do tempo. Abaixo, a evolução da sua pontuação nos últimos anos:

Bovespa

Como investir na Bovespa hoje?

Como foi tratado anteriormente, a antiga Bolsa de Valores de São Paulo não existe mais, não sendo possível explicar como investir na Bovespa hoje. Contudo, isso não importa, já que os investidores podem investir nos mesmos ativos que eram negociados na Bovespa por meio da atual bolsa brasileira, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

Por meio da B3, é possível comprar ações de empresas, cotas de fundos imobiliários, recibos de ações estrangeiras, cotas de ETFs, além de outros ativos especulativos, como opções e contratos futuros.

Além disso, apesar de não ser possível investir na Bovespa, algo que pode interessar os investidores é investir no índice Bovespa, o qual existe até hoje. Afinal de contas, o histórico de rentabilidade do índice da bolsa brasileira é longo e trouxe excelentes resultados para os investidores.

Como investir no índice Bovespa?

Sabendo da rentabilidade da bolsa brasileira ao longo dos anos, muitos investidores podem se interessar em saber como investir no índice Bovespa. Isso porque, como foi colocado, esse índice possui um histórico longo de alta rentabilidade.

Abaixo, é possível conferir a rentabilidade do índice Bovespa, em dólar, desde 1963 até 2020:

Bovespa

Como pode ser observado, a rentabilidade histórica da Bovespa, representada pelo índice Bovespa, foi muito satisfatória. E apesar de retorno passado não significar retorno futuro, muitos investidores podem ter interesse de investir nesse índice da bolsa brasileira.

Isso porque, ao investir nele, o investidor passa a se expor ao desempenho, ao longo do tempo, das ações das maiores e mais negociadas empresas de capital aberto do Brasil, como Vale, Petrobrás, Itaú Unibanco, Bradesco, entre tantas outras.

No entanto, é preciso destacar que não há com investir, diretamente, no índice Bovespa, afinal ele é apenas uma carteira teórica de ativos. Mas há uma alternativa para chegar próximo disso, que é adquirir cotas de fundos ETFs que investem nos mesmos ativos do índice.

Esses ETFs possuem gestão passiva, taxa de administração muito baixas e o trabalho exclusivo de adequar a carteira do fundo aos ativos do Ibovespa em suas devidas proporções. Assim, o resultado desses fundos fica muito próximo do índice.

Abaixo, alguns dos ETFs do índice Bovespa:

E então, conseguiu entender mais sobre o que era a Bovespa e como ela se transformou na B3? Deixe abaixo seus comentários sobre a antiga Bolsa de Valores de São Paulo.

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Perguntas frequentes sobre Bovespa
Qual o valor da bolsa de valores hoje?

O valor da bolsa de valores hoje dependerá da oscilação do preço do conjunto de ações negociadas na B3. A melhor forma de saber qual o valor da bolsa de valores é observando os pontos do índice Bovespa, o Ibovespa, ou apenas IBOV.

Como comprar ações da Bovespa?

Para comprar ações da Bovespa, ou melhor, do índice Bovespa, o investidor precisa basicamente ter o recurso para investir e uma conta aberta em uma corretora de valores. Assim, é possível acessar o home broker, digitar o código da ação que pertence ao índice Bovespa e, finalmente, comprar o papel.

Qual a diferença entre B3 e Bovespa?

A diferença entre B3 e Bovespa é que a primeira é a atual bolsa de valores brasileira, enquanto a segunda era a antiga Bolsa de Valores de São Paulo. A mudança de nomenclatura aconteceu após a fusão da Bovespa com a BM&F e depois com a Cetip.

O que é preciso para começar a investir em ações?

Para investir em ações é preciso de uma conta em um banco ou corretora e, obviamente, o recurso para realizar o investimento. Depois, é só escolher a ação que irá comprar, acessar o home broker do banco ou da corretora e, finalmente, investir.

O que são os pontos da Bovespa?

Os pontos da Bovespa são uma forma de acompanhar a oscilação média e ponderada das maiores e mais negociadas ações da bolsa. Assim, quando as ações do índice Bovespa estão subindo, por exemplo, os pontos da Bovespa aumentam.

Bibliografia para Bovespa

http://www.econ.puc-rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/Karen_da_Silva_de_Mello.pdf

https://www.investidor.gov.br/SemanaENEF/2017/2017_05_11-RiodeJaneiro-OqueeoMercadodeCapitais-CVMRJ.pdf

https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/publicacao/Livro/LivroTOP-CVM.pdf

http://tcc.bu.ufsc.br/Economia291878

https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/publicacao/Livro/livro_TOP_mercado_de_valores_mobiliarios_brasileiro_4ed.pdf

ACESSO RÁPIDO
    Rodrigo Wainberg
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    1 comentário

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    • Fábio Cunha 27 de setembro de 2019
      Muito bom esse artigo. Aprendi muito. Que até 1960 cada Estado Brasileiro tinha uma Bolsa isso eu não sabia. E que depois foram sendo extintas até ficar apenas a Bovespa e mais 8. Sendo que a Bovespa a maior delas incorporou as demais e transformou na B3 Brasil Bolsa Balcão.Responder