Benchmark: o que é e como é usado no mercado financeiro?

No mercado financeiro, para se comparar ou avaliar se um investimento é bom ou ruim, normalmente se utiliza uma ferramenta chamada benchmark.

Ter um Benchmark é um importante parâmetro para avaliar o desempenho de uma carteira, tanto em ações como em fundos imobiliários. Alguns exemplos são o Ibovespa, o IFIX e o CDI.

O que é Benchmark?

Benchmark é um índice usado como referência quando se avalia o desempenho de um tipo de investimento. É uma ferramenta muito útil para comparar os investimentos com alguma métrica do mercado.

Sendo assim, existem referências desse tipo em diversos tipos de mercado, como na renda fixa e na renda variável, tanto no mercado de ações e de fundos imobiliários, aqui ou em outros países.

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Dessa forma, existem fundos de investimentos que buscam superar um benchmark relacionado ao seu mercado de atuação, cobrando uma taxa adicional quando isso ocorre (a chamada taxa de performance).

No entanto, é necessário comparar cada investimento com seu benchmark apropriado, para evitar falhas de julgamento.

Como funciona o Benchmark?

Basicamente, o benchmark mostra a rentabilidade de um índice em determinado período do tempo, podendo ser ao longo de dias, meses ou até mesmo anos.

Um conceito importante também é o de Alfa, que é a diferença entre a performance do portfólio (ou ativo) em relação aos Benchmarks. Isso é chamado de performance relativa.

Ou seja, se o portfólio tiver um retorno maior, diz-se que o Alfa é positivo enquanto uma performance inferior indica um Alfa negativo.

E como existem diversos investimentos que apenas acompanham um Benchmark, então a missão do investidor que seleciona ativamente seus investimentos é gerar um Alfa positivo.

Além disso, a comparação que faz mais sentido é sempre utilizar uma referência que seja da mesma classe de ativos em que se está investindo.

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Quais os Principais Benchmarks do mercado?

Existem uma infinidade de índices e referenciais usados como benchmark no mercado em geral. Os principais benchmarks financeiros adotados pelos investidores são os seguintes:

  • CDI;
  • Selic;
  • IPCA;
  • Ibovespa;
  • IFIX;
  • Suno 30;
  • IPAX;
  • S&P500;
  • Nasdaq;
  • Dow Jones;
  • FTSE Nareit.

1. CDI

O CDI, ou Certificado de Depósitos Interbancário, é a referência mais comum dos investimentos em Renda Fixa aqui no Brasil.

De fato, para atrair novos investidores, os emissores de CDB, LCI e outros títulos oferecem taxas como 110% do CDI, 140% do CDI. Então, nesses casos o Alfa (antes de IR) seria de 10% e 40% do CDI, respectivamente.

No entanto, o CDI também é comparado às vezes com Ações, pois ele costumava vencer o benchmark de renda variável.

O motivo disso é que, devido ao histórico de altas taxas de juros no Brasil, esse indicador superou por vários anos o Ibovespa. Mas essa é uma distorção que possivelmente não se repetirá no futuro.

Portanto, se um portfólio de ações superar o Ibovespa, mas perder para o CDI, a melhor opção seria investir em renda fixa.

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2. Selic

A taxa Selic é a taxa básica de juros, com valores bem próximos do CDI.

No entanto, há uma diferença: o CDI é um parâmetro para títulos privados de renda fixa, enquanto a taxa Selic é voltada para os títulos públicos.

Sendo assim, quando as instituições financeiras negociam os títulos públicos, essas negociações são feitas de acordo com a taxa praticada pelo governo (ou seja, a taxa Selic).

3. IPCA

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice de inflação mais comumente usado na economia brasileira.

Esse índice é calculado pelo IBGE, sendo amplamente utilizado quando os ativos avaliados são os títulos públicos, disponíveis para o investidor pessoa física com o nome de Tesouro direto.

Dessa forma, esse índice de inflação é muito utilizado nos títulos com prazos mais longos da modalidade pós-fixada, que prometem um rendimento percentual acima do IPCA.

Portanto, é possível investir em um título público de longo prazo que prometa um rendimento de IPCA + 4%, por exemplo. Isso significa que esse rendimento será de 4% acima da inflação.

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4. Ibovespa

O Índice Bovespa é a referência para o mercado de ações nacional. Esse índice é calculado desde 1968 e sua composição muda periodicamente para refletir de forma adequada a performance média das ações brasileiras.

Mas existem críticas sobre o Ibovespa: a principal delas é que esse é um índice muito concentrado em poucas empresas e setores.

Portanto, não refletiria de forma adequada o mercado acionário. De fato, apenas 9 empresas representam mais da metade do índice.

No entanto, uma alternativa defendida muitas vezes é utilizar o índice IBrX 100, composto pelas 100 empresas mais representativas do país.

Seja como for, o Ibovespa ainda é o maior benchmark de ações do Brasil.

5. IFIX

O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) é o benchmark de referência para os Fundos Imobiliários (FIIs).Como o mercado de FIIs ainda é muito novo, esse índice também é recente. De fato, começou a ser divulgado apenas em 2010.

Desde 2010 até hoje, o IFIX superou tanto CDI como o Ibovespa. Por esse motivo, alguns investidores de ações também comparam suas carteiras com o IFIX.

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6. Suno 30

Apesar da alta rentabilidade do IFIX frente ao rendimento do Ibovespa, o índice tradicionalmente usado para FIIs não representa adequadamente a realidade do mercado atual.

Sendo assim, a Suno elaborou o Suno 30, um benchmark de FIIs muito mais moderno e condizente com a realidade do setor quando comparado com o IFIX.

Dessa forma, esse índice é composto por 30 fundos imobiliários com o mínimo de 12 meses de distribuição de dividendos que estão divididos igualmente na carteira.

Por outro lado, fundos monoimóveis não entram nessa classificação, da mesma forma que fundos de fundos também não estão inclusos.

7. Ptax

A Ptax é o benchmark que representa a variação do dólar em relação ao real, sendo assim uma taxa de câmbio.

Portanto, esse é o índice de referência para fundos cambiais.

Seu cálculo é feito pelo Banco Central, que se baseia na cotação do dólar à vista negociado ao longo daquele dia, com medições feitas em quatro horários do dia, das quais se extrai um valor médio.

8. S&P 500

O S&P500 é o benchmark mais utilizado para avaliar o mercado americano de ações, relacionando as 500 maiores empresas americanas do país.

Dessa forma, alguns especialistas consideram esse índice como um dos maiores representativos da economia americana, sendo o padrão de diversos investidores institucionais.

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9. Dow Jones

O índice Dow Jones é composto por 30 empresas americanas negociadas na bolsa de valores de Nova York (NYSE), independente da área de atuação.

Em resumo, esse é um benchmark muito utilizado por investidores pessoas físicas, onde é possível verificar variações econômicas de acordo com a flutuação de preço

10. Nasdaq 100

O índice Nasdaq 100 tem esse nome por representar as maiores companhias negociadas na bolsa Nasdaq.

Sendo assim, suas ações são voltadas para o setor tecnológico, motivo pelo qual esse benchmark é considerado como o maior referencial na área. Sua cesta de ações é composta por 100 ativos.

11. FTSE Nareit

O FTSE Nareit é o principal benchmark dos REITs (Real Estate Investment Trusts), ativos que investem em imóveis nos Estados Unidos.

Apesar de esses ativos possuírem similaridades aos fundos imobiliários aqui no Brasil, mas funcionam verdadeiramente como empresas, tendo maior liberdade de atuação (podendo até mesmo se alavancar).

Como resultado, os REITs tiveram uma rentabilidade superior ao das ações americanas, sendo um grande atrativo para investidores.

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É possível investir em um benchmark?

O benchmark é uma importante referência para o investidor de longo prazo. Afinal, todo o trabalho de seleção e acompanhamento de ativos deveria, em tese, render mais do que algum índice passivo.

No entanto, é possível investir diretamente em um benchmark através de um fundo de renda passiva, conhecidos também como Exchange Traded Funds (ETFs).

Dessa forma, é possível investir de forma diversificada através de apenas um ativo, diminuindo o risco da carteira de investimentos.

Por exemplo: aqui no Brasil, é possível investir no índice Ibovespa pelo ETF BOVA11, sendo também possível investir no S&P500 através do IVVB11.

Ficou com mais alguma dúvida a respeito de benchmark? Comente abaixo!

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    Rodrigo Wainberg
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    2 comentários

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    • rubem vitorio 4 de junho de 2023
      Gostei do que lê, hoje estou muito focado no meu futuro, busco investimentos seguros que possam alavancar a minha segurança financeira. Sei que não é rápido, mas com um pouco de dedicação, o momento certo vai acontecer.Responder
      • Pato 3 de dezembro de 2023
        Não existem momentos certos, existem pessoas certas que sabem aproveitar qualquer situação. Se você é uma delas saberá que o mercado brasileiro de ações está infestado de insiders que sabem todas as informações antes de qualquer um. Fuja do mercado brasileiro, ah nao ser que você seja um insider. Fix the money, fix the world.Responder