Bandas cambiais: entenda como funciona esse tipo de política cambial

O Banco Central (BC) é responsável pela política monetária de um país, e muitas vezes pela política cambial, dependendo do seu regime de câmbio. Um regime de forte intervenção é o de bandas cambiais.

O regime de bandas cambiais deslizantes foi utilizado pelo Brasil de 1995 a 1999 e é usado pela Argentina desde 2018.

O que é o regime de bandas cambiais?

No regime de bandas cambiais, o Banco Central delimita a cotação máxima e a cotação mínima para o câmbio, criando uma faixa (ou banda) em que é permitido a moeda flutuar.

Logo, para garantir que o câmbio fique dentro desse limite, o Banco Central entra no mercado fazendo compra e venda de moedas.

Esse regime pode ser considerado um meio termo entre o câmbio fixo, em que o BC não permite nenhuma oscilação do câmbio e é estipulado um valor fixo para as moedas, e o câmbio flutuante, em que o preço das moedas estrangeiras varia livremente no mercado.

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Qual a lógica por trás das bandas cambiais?

O funcionamento das bandas cambiais está ligado diretamente as variações do mercado de câmbio. Como todos sabem, a cotação da moeda estrangeira varia conforme a oferta e a demanda do mercado por ela. Se há muita demanda por reais, ele se valoriza. Se a demanda cai, desvaloriza.

Todos os dias ocorrem compras e vendas da moeda que formam o preço do Real frente a outras moedas, como o dólar. E dependendo da variação dessa demanda, o câmbio pode oscilar muito ou pouco.

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Logo, uma grande variação cambial pode ser prejudicial. As empresas possuem contratos, receitas, despesas e investimentos em dólar. Uma grande mudança ou falta de estabilidade compromete o planejamento das companhias e aumenta a incerteza para investimentos. Além disso, o câmbio também afeta diretamente a inflação.

Por isso, alguns países optam por ter um regime cambial com algum controle. Como as bandas cambiais, que só permitem a oscilação da moeda em uma faixa. Por exemplo, entre R$3,00 e R$3,50.

Aplicação das bandas cambiais

Aparentemente pode parecer ser uma maravilha fixar o câmbio. Porém, como como isso é feito de forma artificial, tem um preço.

O Brasil, por exemplo, quando implementou o Plano Real, utilizou o câmbio fixo para ancorar o dólar e permitir a estabilidade na conversão da moeda.

Mas para manter o preço, o Banco Central precisou manter a oferta e demanda por moeda. E para isso, ele teve que atuar como comprador e vendedor no mercado. Ou seja, se houver muita demanda pelo dólar, é preciso que a oferta cresça igualmente. Logo, o BC precisa ofertar a moeda. O que significa usar as reservas internacionais.

Dessa forma, manter o câmbio fixo é caro e expõe o país ao risco de não poder cumprir esse compromisso por falta de recursos. A banda cambial, por sua vez, é uma flexibilização dessa obrigação.

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Bandas cambiais e a flutuação suja

Já o câmbio flutuante não possui esse problema, no entanto, pode causar muita instabilidade na moeda. Por isso, o regime cambial mais usado pelos países pelo mundo, inclusive o Brasil, é a flutuação suja. Que nada mais é do que uma flexibilização do câmbio flutuante.

Nesse regime, o câmbio é flutuante e muda de acordo com a oferta e demanda do mercado. Mas, em algumas situações específicas e de grande turbulência, o BC intervém no mercado para minimizar a oscilação.

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Isso permite que variações pontuais de volatilidade do mercado não interfiram tanto na cotação da moeda. Apenas questões estruturais levariam a moeda ao longo do tempo a um patamar de equilíbrio

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ACESSO RÁPIDO
    Tiago Reis
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